01/01/2010 - 0:00
Jacques Gontijo, presidente da Itambé, deve se tornar o
comandante de uma nova empresa, formada por várias cooperativas
Gontijo: trabalhando para criar a maior empresa láctea do País
Uma produção diária de sete milhões de litros de leite. Unidades espalhadas pelos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Paraná. Faturamento anual superior a R$ 4 bilhões. Esses são alguns números de uma gigante que está prestes a nascer no setor lácteo brasileiro, conforme anúncio realizado no dia 21 de dezembro. As cooperativas Itambé, Cemil, Confepar, Centroleite e Minas Leite negociam fundir suas atividades e criar uma nova cooperativa, que surgiria como a maior empresa do setor, à frente de pesos-pesados como Nestlé e Brasil Foods. Uma operação capitaneada pela mineira Itambé, uma das maiores cooperativas de leite do País, que depois de ver suas vendas encolherem 5% em 2009 e fechar o ano com faturamento de R$ 1,9 bilhão, pode dar um enorme salto no mercado. “O setor lácteo no Brasil passa por um momento de consolidação e temos que nos fortalecer para continuar competitivos no mercado”, revela o presidente da Itambé, Jacques Gontijo, que deve assumir o comando da nova empresa, já que sua cooperativa deve ficar com participação majoritária no empreendimento. Gontijo explica que as negociações estão em fase adiantada. “Acredito que em três meses tenhamos condições de sacramentar a fusão.”
7 milhões de litros/dia serão captados pela nova cooperativa
O negócio já é visto com bons olhos por representantes do setor. “A criação dessa megacooperativa será importante para fortalecer o sistema cooperativista que estava enfraquecido na captação de leite”, opina o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), Jorge Rubez. “Para o produtor é interessante, pois ele passa a ter maior estabilidade de preço e fazer parte de uma empresa que não irá ficar à mercê da indústria”. Já para o analista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, a fusão proporcionará um aproveitamento melhor das boas condições de mercado previstas para o setor de leite neste ano. “As exportações devem crescer durante o ano. O dólar já mostra reação e a demanda irá aumentar. Isso abre espaços e é importante ter empresas fortes para atender esses mercados”, pondera.