01/07/2010 - 0:00
Mão na massa: demanda por parte das usinas e propriedades degradadas é maior que a oferta
Para todo problema, há uma solução. Essa foi a máxima que levou os irmãos Higino e Willian Aquino a acreditar que de uma velha chácara localizada nos arredores de Londrina, no Paraná, poderia brotar um bom negócio. Ao pé da letra. Com pouco mais de mil metros quadrados, ou um simples hectare, os dois começaram um despretensioso projeto de multiplicação de mudas nativas da Mata Atlântica, algo ainda pouco explorado no Brasil. Em menos de um ano, o projeto não só criou raízes como cresceu e deu frutos. “É impressionante como existe demanda para esse setor”, explica Higino, responsável pela área comercial.
Para dar conta da demanda, os dois, acompanhados do irmão Solano, criaram o IBFlorestas, instituto encarregado de divulgar o projeto. Por mês, o IBFlorestas já tem um faturamento de R$ 300 mil, dos quais R$ 200 mil são para cobrir os custos e R$ 100 mil ficam como lucro da atividade florestal. “Nosso sustento vem da venda de mudas para o próprio instituto, que ajuda empresas em dificuldades”, explica.
As mudas são vendidas, em média, a R$ 0,90 e no ano passado foram mais de 12 milhões. No setor florestal, acostumado com técnicas de clonagem como como as usadas nos eucaliptos, esse valor é considerado altíssimo. “Esse é um negócio de ouro e quem entrar e souber trabalhar vai ter muito espaço”, explica Ricardo Moura, sócio da Plantar, maior administradora de viveiros florestais do Brasil, com uma produção de mais de 140 milhões de mudas a um custo abaixo de R$ 0,10 cada.
O grande filão está no fornecimento de mudas e na venda de projetos para usinas de cana e todo tipo de propriedade com passivos ambientais. Como o manejo dessas plantas é complicado, os dois admitem que a procura é maior que a oferta. “Estamos pensando em conseguir parceiros em outras regiões, senão não daremos conta”, diz Willian, um dos técnicos do IBFlorestas.