O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) avalia que a inflação nos Estados Unidos permanece elevada, com desequilíbrios de oferta e demanda ainda relacionados à pandemia, registrando alta de alimentos, energia e pressões de preços mais amplas. Em comunicado de política monetária divulgado nesta quarta-feira, 14, o Fed antecipa que aumentos nas taxas de juros são necessários para “atingir uma política monetária suficientemente restritiva”.

O comunicado divulgado nesta quarta confirma a estratégia do Fed de apertar a política monetária para trazer a inflação de volta à meta de 2% ao ano.

“Determinando o ritmo de aumentos futuros para atingir o objetivo, o Comitê levará em consideração o aperto cumulativo da política monetária, as defasagens que impactam a atividade econômica e a

inflação, além de desenvolvimentos econômicos e financeiros”, relata o Fomc.

Mediana das projeções

Em meio a um ciclo de altas nos juros, os dirigentes do Fed passaram a prever a taxa dos Fed funds mais alta nos próximos anos. Para 2023, a mediana subiu de 4,6% da reunião de setembro para 5,1% no encontro de dezembro.

Para 2024, o avanço foi de 3,9% a 4,1% no período. Em 2025, que apareceu pela primeira vez na última projeção, em setembro, a previsão subiu de 2,9% a 3,1%.

No longo prazo, o consenso dos dirigentes aponta para Fed funds a 2,5%, o mesmo que em junho e setembro.

Expectativa dos dirigentes

Dentre os 19 dirigentes presentes na reunião do Fomc do Fed, 17 projetam que o juro básico nos EUA será de 5% ou mais até o fim de 2023. Os dois restantes preveem o juro na faixa entre 4,75% e 5%, segundo consta no gráfico de pontos atualizado da entidade monetária, publicado hoje junto à sua decisão de juros.

Entre os que projetam juro de 5% ou mais, dez acreditam que a taxa dos Fed Funds estará entre 5% e 5,25%, cinco preveem entre 5,25% e 5,50% e dois acreditam que estará entre 5,5% e 5,75%.

Para 2024, a projeção se encontra dividida, mas concentrada principalmente na faixa entre 3,75% e 4,0% (três dirigentes), entre 4,0% e 4,25% (sete dirigentes) e entre 4,75% e 5% (três dirigentes). Apenas dois acreditam que a faixa ficará acima de 5,0%.

Já para 2025, nove veem juro de 3,0% a 4,0%, enquanto sete esperam algo abaixo de 3,0%, e três projetam juro acima de 4,0%.

No longo prazo, 17 esperam juro entre 2,0 e 3,0%, com apenas um prevendo juro de 3,25%.