São Paulo, 16 – Mato Grosso do Sul teve, em janeiro, chuvas abaixo da média histórica em 41 dos 47 municípios cobertos pela rede de estações meteorológicas do Estado, conforme levantamento do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima (Cemtec/MS) divulgado no Boletim Mensal de Análise Meteorológica.

Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) informa que o município de Bonito, no sudoeste sul-mato-grossense, apresentou o menor índice de chuva ante a média histórica para o mês em questão.

Foram registrados apenas 43 milímetros de precipitação, queda de 77% em relação à média de 189,5 milímetros.

A Semadesc explica, ainda, que a estiagem deve-se ao fenômeno climático El Niño, que “está ocorrendo e atingiu sua intensidade máxima entre fim de 2023 e início de 2024”.

Segundo o meteorologista Vinicius Sperling, do Cemtec/MS, há falta de chuvas justamente “na época em que deveriam estar ocorrendo os maiores volumes e isso pode fazer falta depois”.

Apenas os municípios de Juti, Corumbá, Iguatemi, Sete Quedas, Itaquiraí e Porto Murtinho apresentaram índices de precipitação acima da média histórica no mês de janeiro. O maior registro foi em Juti, com 266,2 milímetros, o que superou a média em 59%.

A Semadesc informa também que a previsão indica 94% de probabilidade para que o El Niño continue influenciando o clima no trimestre fevereiro-março-abril. “Isso significa que pode ser potencializada a formação e a intensidade das tempestades no Estado”, alerta. “Outro impacto do fenômeno é que pode amplificar as altas temperaturas já registradas no verão e, consequentemente, gerar novas ondas de calor.”