No trimestre terminado em julho deste ano, faltou trabalho para um recorde de 32,892 milhões de pessoas no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 25,6% no trimestre até abril para 30,1% no trimestre até julho, maior resultado da série. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até julho de 2019, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 24,6%.

A população subutilizada cresceu 14,7% ante o trimestre até abril, 4,218 milhões pessoas a mais. Em relação ao trimestre até julho de 2019, o avanço foi de 17,0%, mais 4,786 milhões de pessoas.

A taxa de desocupação saiu de 11,8% no trimestre até julho de 2019 para 13,8% no trimestre até julho de 2020, maior patamar da série histórica iniciada em 2012.

Desalento

O Brasil alcançou um recorde de 5,797 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em julho, segundo os dados da Pnad Contínua. O resultado significa 771 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em abril, um salto de 15,3%. Em um ano, 966 mil pessoas a mais caíram em situação de desalento, alta de 20,0%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.