02/11/2020 - 12:06
Estratégias de abertura de escolas ao redor do mundo levam em consideração os traumas vividos pelos estudantes durante o período de confinamento por causa da pandemia do coronavírus e a necessidade de reforçar o vínculo com a tecnologia. Também indicam a importância de avaliações diagnósticas para entender o que alunos aprenderam e planejar a recuperação de aprendizagens.
Segundo um relatório da Unesco, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a preocupação com aspectos emocionais dos alunos tem feito países priorizarem o acolhimento. Uma em cada quatro crianças teve ansiedade por causa do confinamento, segundo pesquisa da ONG Save the Children, com base em enquetes com 6 mil crianças em países como Espanha, Reino Unido e Alemanha.
Na reabertura, escolas do México, por exemplo, dedicaram as primeiras semanas para avaliar o estado emocional dos alunos e ajudá-los a lidar com seus sentimentos. Na França, o Ministério da Educação publicou um guia sobre como lidar com as emoções dos alunos e, na China, o governo emitiu orientações para fortalecer a educação em saúde mental nas escolas primárias e secundárias do país.
Como vários Estados brasileiros, países como o Vietnã também fizeram avaliações de aprendizagem quando as escolas reabriram para identificar as lacunas. No caso vietnamita, os estudantes foram agrupados segundo seus objetivos de aprendizagem – alunos que desejam entrar nas melhores universidades, por exemplo, participariam de aulas mais avançadas.
Compactar o currículo, como muitos Estados brasileiros estão fazendo, foi estratégia adotada em Cingapura, que decidiu aliviar a carga para os formandos, removendo alguns tópicos do currículo.
Para a Unesco, a crise da covid-19 revelou que muitos países não estavam preparados para dar uma resposta e uma das principais lições da situação atual “é a necessidade de fortalecer a resiliência dos sistemas educacionais para lidar melhor com emergências”. Isso significa não só vigilância em saúde, mas atenção pedagógica.
“Os países precisam considerar a combinação de base escolar e a distância”, indica o relatório. A Unesco sugere ajustes no currículo e em materiais de aprendizagem, além da necessidade de formação de professores com base nas lições aprendidas com as práticas em curso e experiências anteriores.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.