05/07/2025 - 12:33
Empresários dos países que compõem o Brics se reúnem neste sábado (5), no Rio de Janeiro, um dia antes da cúpula dos chefes de governo do grupo. Entre os objetivos do encontro está ampliar os negócios entre as 11 nações que integram o grupo.
“Atualmente, o comércio intra bloco comporta crescimento significativo, pois hoje, apesar da relevância econômica individual de cada nação, o volume de trocas entre nós representa muito pouco, quando comparado ao que comercializamos com o resto do mundo. É preciso avançar”, destacou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.
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Para o CEO da Embraer, Francisco Neto, que também coordena o Conselho Empresarial do Brics (Cebrics), é preciso ampliar o comércio e a integração da cadeia de suprimentos desses países.
Entre as recomendações do Cebrics estão a “expansão de rotas aéreas, especialmente para conectar cidades de pequeno e médio porte, a melhoria do acesso ao capital, finanças sustentáveis e facilitação de fluxos de investimento internacional, modernização da logística comercial e do comércio digital, e o fortalecimento da cooperação com o novo banco de desenvolvimento para financiamento de infraestrutura”, disse Neto.
O Brics é composto por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Juntos, eles somam quase metade da população mundial, 40% da economia global e mais de 20% do comércio mundial.
Em termos de recursos naturais, os membros do grupo concentram cerca de 70% das reservas de terras raras, mais de 40% da produção de petróleo e quase 80% da produção de carvão mineral.
De acordo com a CNI, o comércio do Brasil com os outros países do Brics totalizou 210 bilhões de dólares, ou 35% do total. O bloco foi destino de 121 bilhões de dólares em exportações brasileiras.
Outras prioridades dos empresários do Brics são promover inovação e a transformação digital, além de transição energética e desenvolvimento sustentável.
“Nossas recomendações [em transição energética e desenvolvimento sustentável] abordaram temas como: segurança alimentar e agricultura sustentável; agricultura regenerativa e restauração de terras; combustíveis e aviação sustentável, o SAF; energias renováveis e economia circular; e a descarbonização das cadeias de valor e tecnologias verdes”, disse Neto.
Segundo o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, nos últimos dez anos, os encontros do Brics se transformaram num grande e importante protagonista da geopolítica mundial. “Os Brics são o motor da economia mundial. Eles representam mais de 40% do PIB (Produto Interno Bruto) do mundo e crescem bem acima da média mundial. Portanto, são promotores do desenvolvimento mundial , disse.
Alckin destacou a importância do encontro de empresários, para promover “as oportunidades de investimentos recíprocos entre os nossos países, o fortalecimento do comércio exterior e o incentivo à inovação para podermos avançar ainda mais”.
Mulheres
Outro objetivo do Fórum de Empresários é ampliar a participação das mulheres na economia desses países. Segundo a presidente da Aliança Empresarial das Mulheres do Brics, Monica Monteiro, apenas 15% das empresas que atuam internacionalmente no mundo são lideradas por mulheres. E elas enfrentam obstáculos no acesso ao crédito.
“Para a gente conseguir escalar, a gente vai precisar de recurso. Para ter recurso, a gente precisa realmente de linhas que sejam direcionadas para mulher. Porque quando abre uma linha, as empresas maiores vão lá e elas já são lideradas por homem. A gente tem que ter realmente metas para poder atingir esse número”, afirmou Monica.