07/05/2020 - 9:15
São Paulo, 7 – Diante dos efeitos econômicos provocados pela pandemia da covid-19, empresas e produtores rurais devem preservar caixa e pagar contas para continuar girando a economia, na avaliação do presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann. O executivo enfatizou que a preservação de caixa garantirá o pagamento de contas pelos próximos meses e a quitação de débitos é possível no momento, dados os preços remuneradores de grãos no País. “Haverá retração da economia brasileira e mundial, então cada um tem de cuidar do seu caixa para não quebrar e ter dinheiro para as contas dos próximos meses. A John Deere está fazendo isso no Brasil e no mundo, não sabemos por quanto tempo lidaremos com essa situação”, disse Herrmann nesta quarta-feira durante webcast promovida pela Associação Brasileira dos Distribuidores John Deere (Assodeere).
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O executivo comentou também que o agronegócio “tem dinheiro” para não deixar de pagar contas, aludindo à procura de parte dos produtores e empresas do setor por recuperação judicial (RJ). “Não há motivo para sair correndo e pedir RJ”, disse ele. Herrmann chamou a atenção para a importância de privilegiar empresas e alimentos produzidos no Brasil, como forma de ajudar a economia local e evitar “desemprego em massa”.
Herrmann e o CEO da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, que também participou da webcast, destacaram que somente agora o novo coronavírus está chegando às cidades do interior. “É o momento de continuar tendo muito cuidado, utilizar máscara, manter o distanciamento social. Isso é um vírus, invisível, não é um incêndio ou tempestade”, disse Herrmann. “Não podemos relaxar agora, porque é agora que o vírus está chegando no campo. Os produtores têm que se preocupar um pouco mais com suas fazendas, o agro não vai sair ileso”, afirmou Pavinato.
Herrmann também ressaltou a relevância das tecnologias digitais para o agro sair da crise atual. Para ele, há muito ainda por desenvolver, por meio de startups, no sentido de reduzir custos de produção e melhorar produtividade e rentabilidade. Ele lembrou ainda que apesar do foco atual no enfrentamento da pandemia, a sustentabilidade no campo continuará sendo fator relevante para o consumidor e que o agro brasileiro deve buscar criar “sua marca” para o mundo.