10/06/2014 - 11:30
Os produtores de biodiesel têm um bom motivo para comemorar. No dia 28 de maio, a presidenta Dilma Rousseff assinou a medida provisória que ampliará a adição obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil, dos atuais de 5% na mistura para 7%. “Há mais de dois anos mantínhamos um diálogo com o governo para o aumento da mistura”, diz Erasmo Carlos Battistella, presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio). “O setor está muito feliz com essa conquista.” A nova regra, conhecida como B7, terá duas etapas. A partir de julho, o diesel terá 6% de biodiesel em sua composição e, a partir de novembro, 7%. Segundo o Ministério de Minas e Energia, com a mudança, o Brasil deixará de importar 1,2 bilhão de litros de óleo diesel por ano.
Segundo Battistella, com a medida haverá um aumento da demanda por biodiesel da ordem de 40%. Assim, o Brasil, que produziu 2,9 bilhões de litros desse combustível verde em 2013, deverá ultrapassar a casa dos quatro bilhões de litros a partir deste ano. “É uma implementação significativa.” Ele afirma que o País ganhará com a valorização de uma fonte renovável de energia, que colabora para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa e que é economicamente viável e socialmente correta, por gerar renda, em particular para a agricultura familiar. “O biodiesel é um tripé perfeito”, diz. Para Battistella, não haverá problemas para atender à demanda, já que o setor opera com mais de 50% de ociosidade. No Brasil, mais de 70% do biodiesel é produzido a partir da soja, mas há fontes alternativas como a palma, que está recebendo investimentos e pode ajudar a aumentar a produção. “Temos muita matéria-prima disponível e um potencial enorme de crescimento para o setor”, afirma ele.
Outra vantagem decorrente do avanço do biocombustível derivado da soja é que deverá ocorrer um crescimento da produção de farelo do grão, subproduto usado para a alimentação animal, o que vai favorecer outros segmentos. Atualmente, o Brasil está entre os três maiores produtores mundiais de biocombustível, atrás dos Estados Unidos e da Alemanha.