A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, reuniu-se nesta segunda-feira, 12, com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, em Washington. O encontro se deu em meio a uma semana marcada por reuniões técnicas no contexto da segunda revisão do acordo entre FMI e Argentina.

Em comunicado, Kristalina Georgieva disse ter tido uma reunião “muito positiva” com o ministro Massa. “Trocamos opiniões sobre a frágil situação econômica e social da Argentina, que também é afetada pelo complexo contexto econômico global. Discutimos o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia na economia global e nos preços das commodities, bem como as consequentes implicações fiscais e de balanço de pagamentos para muitas economias em desenvolvimento”, afirmou a diretora do FMI .

Ela disse ainda ter parabenizado Massa e sua equipe pelos “fortes passos” dados para estabilizar os mercados e reverter o cenário de alta volatilidade na Argentina. “O Ministro expressou sua clara intenção de mobilizar apoio externo, intensificar esforços para estabilizar a economia e garantir um crescimento sustentável e inclusivo, sob os princípios de ordem fiscal e melhor cobertura de reservas”, acrescentou.

Segundo a diretora, houve avanços em vários pontos nas negociações com o FMI. Dentre eles, em relação ao quadro macroeconômico, “que foi atualizado para refletir os desenvolvimentos econômicos recentes e o difícil contexto internacional”. Ainda, os parâmetros fiscais e as políticas subjacentes para garantir as metas de déficit primário existentes de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e 1,9% em 2023.

Também é mencionada a implementação “sólida e consistente” do quadro de política monetária para assegurar o objetivo atual de sustentar taxas de juro reais positivas, o que também é necessário para combater a inflação e mobilizar o financiamento interno, bem como garantir a competitividade externa, segundo comunicado.

Foram citadas ainda a acumulação de reservas e agenda estrutural, cuja maior ênfase se dará à revisão dos incentivos fiscais corporativos e ao combate à evasão fiscal e à lavagem de dinheiro, inclusive por meio de esforços para promover o intercâmbio de informações e a cooperação internacional.