A NÚMERO 1: loja da Pike Place, em Seattle, foi a primeira da rede e está ativa até hoje

Era abril de 1971 quando os amigos Jarry Baldwin, Gordon Bowker e Ziv Siegl decidiram abrir uma cafeteria. Mas não seria uma cafeteria qualquer. Queriam que fosse um lugar especializado na venda de cafés da mais alta qualidade, bem ao estilo europeu, o que ainda não existia nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, com um investimento de US$ 5 mil, abriram a primeira loja Starbucks em Seattle, em frente ao Pike Place Market. Hoje, com 16 mil lojas e 170 mil funcionários espalhados por 44 países, a Starbucks Coffee Company é um império sem precedentes no setor. Mas nem sempre foi assim.

No início, Siegl era o único funcionário. Baldwin e Bowker ainda mantiveram seus empregos regulares por algum tempo, mas, com o sucesso da Starbucks, logo passaram a se dedicar em tempo integral à nova empreitada. A fórmula agradou ao público norte-americano e em 1980 o grupo já contava com quatro lojas. Mas a virada veio mesmo no ano seguinte, com a chegada de Howard Schultz, contratado para cuidar do marketing da empresa. Com um plano ousado, Schultz fez com que o modelo de negócio se consolidasse de vez e, em 1987, convenceu seus patrões a lhe vender a Starbucks, então com 17 filiais, por US$ 3,8 milhões. Nascia aí a maior rede de cafeterias do mundo.

Sob seu comando, a empresa cresceu de uma forma assustadora. Em 2004 já contava com oito mil lojas em todo o mundo, e se expandia a uma média de três novas franquias por dia. Hoje, o número de cafeterias já chega a 16 mil, todas seguindo o mesmo padrão da loja “número 1”, visitada por DINHEIRO RURAL. Pequena para os padrões atuais da rede, a loja da Pike Place vive lotada de turistas ávidos pelos tradicionais expressos, cappuccinos e frappuccinos. A diferença é que lá também é possível comprar canecas personalizadas e cafés exclusivos, como o Pike Place Roast. Difícil é ver alguém saindo do estabelecimento de mãos vazias.

SÓ TEM LÁ: cafés exclusivos fazem a alegria dos turistas

SCHULTZ: executivo foi o responsável pela expansão da rede no mundo

Se em Seattle os negócios vão bem, o mesmo não acontece no resto dos Estados Unidos. Em junho a rede anunciou o fechamento de 600 lojas em solo norte-americano, o que ocasionou a demissão de 12 mil funcionários. Agora, cogita a possibilidade de fechar suas 85 lojas na Austrália e demitir todos os 980 funcionários. O motivo seria a queda de qualidade dos cafés, que espantou os clientes e fez com que o faturamento ficasse abaixo do esperado.

No Brasil o cenário é totalmente diferente. Desde dezembro de 2006, quando chegou ao País, a Starbucks não pára de crescer, muito em função dos ótimos produtos oferecidos, que vão desde os tradicionais cafés quenianos, etíopes e colombianos até o brasileiríssimo Ipanema Bourbon, fornecido pela Ipanema Coffee e vendido exclusivamente no Brasil. A rede já conta com dez lojas em São Paulo, mas o plano é aproveitar o bom momento e se expandir ainda mais. Vale lembrar que a meta de Howard Schultz é chegar em breve à marca de 25 mil lojas em todo o mundo, apostando principalmente nos países emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China. É esperar para ver.