27/08/2021 - 20:52
A Escola Americana do Rio de Janeiro (EARJ), colégio privado de elite que oferece ensinos Fundamental e Médio e tem dois campi na capital fluminense, anunciou que alunos de faixas etárias que tenham tido acesso à vacina contra a covid-19 só poderão frequentar aulas se comprovarem que foram imunizados. A prefeitura do Rio vai oferecer a primeira dose da vacina aos adolescentes de 12 a 17 anos. Essa etapa da vacinação começou na quinta-feira, 26, e segue até 14 de setembro. A medida anunciada vai entrar em vigor 14 dias após a segunda dose. Ela é aplicada três meses depois da primeira. Por isso, deve ser colocada em prática apenas a partir da segunda semana de dezembro.
“Temos o prazer de confirmar que 100% dos funcionários da EARJ estão pelo menos parcialmente vacinados contra a covid-19, com data prevista para meados de setembro para que todos sejam protegidos por vacinação completa e efetiva. Podemos agora estender a mesma proteção aos nossos alunos de acordo com o calendário publicado pela prefeitura”, anunciou a escola, por meio de nota.
“O Conselho (de Diretores) aprovou uma política que chegará ao nosso objetivo de ter totalmente vacinados todos os alunos para os quais a vacinação está disponível. Isso significa que os alunos que pretendam continuar a ter acesso à aprendizagem no campus terão de estar totalmente vacinados até 14 dias após a 2ª dose para a sua faixa etária. Considerando a janela atual de três meses, isso significaria a segunda semana de dezembro para os alunos autorizados a se vacinarem no calendário abaixo”, segue o texto, originalmente em inglês e traduzido livremente.
Na nota, o colégio pede aos pais dos estudantes de 15, 16 e 17 anos que providenciem a vacinação de seus filhos, segundo o calendário da prefeitura carioca. O colégio avisa ainda que entraria em contato com mais informações sobre outras faixas etárias assim que fossem confirmadas as datas de imunização. O texto foi emitido antes que o município divulgasse o calendário completo da vacinação de adolescentes.
“É responsabilidade da liderança da escola garantir a segurança da comunidade. Nosso Conselho de Diretores desenvolveu essa política para assegurar que a liderança tenha todas as ferramentas para que a Escola Americana do Rio de Janeiro mantenha o seu ambiente o mais seguro possível para alunos e equipe”, afirmou ao Estadão o diretor geral da EARJ, Nigel Winnard. “A decisão tem o apoio incondicional do time de liderança da escola. Toda decisão do Conselho de Diretores é uma decisão de consenso geral”, completa o diretor. Segundo ele, as reações de alunos e seus familiares foram de apoio à medida.
Para a advogada Paula Las Heras, mãe da Elisa, que tem 14 anos e estuda na EARJ, a decisão da escola é correta. “A vacinação protege a coletividade, e o direito à saúde coletiva prevalece sobre a liberdade individual”, afirma. “A Escola Americana sempre cuidou para evitar a disseminação da covid-19.”
A reportagem não encontrou outras escolas do Rio que tenham adotado a mesma regra. O Colégio e Curso pH implantou medidas para incentivar a vacinação dos alunos. A escola vai comunicar as datas de vacinação e flexibilizar a realização de provas que coincidam com a imunização. Vai também auxiliar na recuperação de conteúdos lançados nos dias de vacinação, ou após a vacinação, por causa de possíveis efeitos. A campanha vai usar cartazes e postagens nas redes sociais para convencer os adolescentes a se vacinar.
“Queremos explicar que as vacinas disponibilizadas são seguras e estão autorizadas pelos nossos órgãos de saúde, em especial a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, afirmou Filipe Couto, diretor pedagógico geral do colégio. “É importante evidenciar para alunos e famílias a relação entre a vacinação e a proteção coletiva, mostrando como a negação individual pode atingir o coletivo.”