06/08/2018 - 11:00
A Embrapa e a Tereos Amido & Adoçantes Brasil, empresa do grupo francês Tereos, um dos líderes globais nos mercados de açúcar, etanol e amido, com receita de € 4,8 bilhões em 2016/2017, assinaram um acordo para desenvolver novas variedades de mandioca. As pesquisas vão levar em conta os sistemas de produção conservacionista e o manejo integrado de pragas. Com isso, a Tereos espera reduzir o ciclo da cultura de 18 meses para 12 meses. Segundo o IBGE, em 2017 o Brasil produziu 20 milhões de toneladas da raiz, uma queda de 15% ante a safra anterior. Desde 2007, a Tereos é parceira na validação agronômica de genótipos provenientes do programa de melhoramento genético dessa cultura, realizado pela Embrapa.
SUÍNOS E AVES
A conquista da Rússia
Uma campanha patrocinada pela Associação Brasileira de Proteína Animal e a Apex Brasil está mostrando aos russos, durante a Copa do Mundo de Futebol, a qualidade da carne suína e de aves do País. Em Moscou, 45 locais públicos contam com banners publicitários. Desde o fim de 2017, a Rússia, que era o maior importador de carne suína, suspendeu as compras alegando questões sanitárias. Até novembro, o país havia comprado aqui 343 mil toneladas dessas carnes, por US$ 819,8 milhões.
EXPORTAÇÃO
Ovos e pintinhos para o Quênia
Com a aprovação do certificado zoosanitário internacional, que reconhece a sanidade do plantel avícola brasileiro, o País foi autorizado a exportar ovos férteis e pintos de um dia para o Quênia. As negociações para a abertura desse mercado africano começaram no ano passado, através do Ministério da Agricultura e da Associação Brasileira de Proteína Animal. O Brasil já vende genética avícola para as Américas, Oriente Médio, Europa, Ásia e outros países africanos.
GANHANDO O MUNDO
O destino e o valor das exportações brasileiras, em 2017
50 países
US$ 68,8 milhões é a receita com a venda de pintos de um dia
US$ 41,7 milhões é a receita com a venda de ovos férteis
SELO TIPO EXPORTAÇÃO
Uma marca para o agronegócio
Desde maio, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, vem dizendo em várias ocasiões que a sua pasta tornará pública, neste mês de julho, a marca Agro Brazil – Good For Nature. O evento prometido para a apresentação oficial é o Global Agribusiness Forum, que acontece em São Paulo nos dias 23 e 24. Em busca de apoio, o projeto foi apresentado a entidades do agronegócio, no mês passado. A função da marca será a de promover o setor no mercado internacional. A ideia é que todo produto exportado contenha um QR Code (sigla do inglês Quick Response, reposta rápida em português). Esse código, quando acessado, mostrará vídeos sobre o sistema produtivo do País. O projeto é parte da estratégia do Mapa para aumentar as exportações em 10% até 2022, partindo dos atuais US$ 96 bilhões para cerca de US$ 146 bilhões.
VINHO
De olho no Reino Unido
O Instituto Brasileiro do Vinho e a Apex Brasil levaram à Inglaterra o Wines of Brasil, projeto de promoção da bebida. Em junho, ele fez parte do evento gastronômico Taste of London. Neste mês foi a vez do Imbibe Live, dedicado a profissionais de bares e restaurantes. No primeiro trimestre deste ano, os britânicos compraram 31 mil garrafas de vinhos e espumantes brasileiros, por US$ 149,5 mil, 43% do importado em 2017. A meta é ampliar os negócios no Reino Unido. Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho, esse bloco de países é o segundo maior importador global de vinho e o sexto maior consumidor, com 1,3 bilhão de litros por ano.
CACAU
Títulos verdes
O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), entidade sem fins lucrativos, vai colaborar com os estudos técnicos do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços na elaboração de títulos verdes para o cacau (em inglês, green bonds). A proposta serve para capitalizar os produtores que utilizam práticas ambientais responsáveis, através do acesso a recursos destinados à assistência técnica de qualidade e aos sistemas agroecológicos. Segundo a Associação Nacional da Indústria Processadora de Cacau, a iniciativa vem em boa hora para o Brasil, a uma cadeia que movimenta R$ 14 bilhões por ano. O mundo produz 4,5 milhões de toneladas de cacau, por safra, mas ainda falta fruto no mercado.
GENÉTICA BOVINA
Nova empresa chega ao mercado
O empresário do setor farmacêutico e pecuarista Paulo de Castro Marques criou uma empresa destinada apenas ao comércio de genética bovina, serviço até então realizado pela Casa Branca Agropastoril, nome de seu projeto pecuário. Agora, é a CB Genetics que venderá embriões congelados e sêmen das raças angus, brahman e simental, produzidos em suas fazendas no Sul de Minas Gerais. O passo seguinte é atrair parceiros que tenham projetos semelhantes de seleção de gado.
LEITE
Projeto paulista busca regionalização
O programa “Mais Leite, Mais Renda,” criado pelo governo Paulista, iniciará a fase de elaboração de projetos regionais. Criado em 2016, a meta é dobrar a captação de leite em dez anos, apostando na aplicação de boas práticas de gestão e de produção, que resultem no aumento da qualidade e da produtividade. Atualmente, o Estado de São Paulo é o sexto maior produtor de leite do País, com 1,7 bilhão de litros anuais.
OESTE BAIANO
Bioma conservado
Os produtores do Oeste Baiano estão fazendo a lição de casa: eles têm investido pesado na preservação ambiental. Por isso, a região é a campeã na conservação do meio ambiente no País. Segundo estudo da Embrapa, o patrimônio imobilizado pelas áreas de proteção e de reserva ambiental equivale a R$ 11 bilhões. Se essas áreas estivessem em produção,
elas gerariam uma receita de R$ 27 bilhões por safra.
PESQUISA
Genoma mostra mais açúcar na cana
Uma pesquisa da Universidade de Campinas (SP) pode mudar o mercado de cana-de-açúcar. A pesquisadora Anete Pereira de Souza coordenou um estudo que descobriu uma parte do código genético da planta, onde está o fragmento do gene responsável pela produção de açúcar. O gene da cana é um dos mais complexos de ser estudado pelos cientistas. Agora, a descoberta pode levar a variedades da planta com maior teor de sacarose, ou criar variedades resistentes a pragas. A descoberta também pode levar a estudos de genômica para melhoramento da cana em prazos mais curtos, de até seis anos. Em geral, estudos clássicos nessa área duram até 12 anos.
FISCALIZAÇÃO
Artesanais em casa
A fiscalização sanitária de produtos artesanais de origem animal, como os queijos, os salames e as linguiças, deixou de ser uma atribuição do Ministério da Agricultura (Mapa), passando para a alçada dos governos estaduais. A lei foi sancionada pelo governo federal no mês passado. Agora, o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Mapa, será substituído pelo selo Arte, de artesanal. O registro deverá seguir as mesmas regras higiênico-sanitárias e de qualidade já estabelecidas em lei.
CÂMARA DE ARBITRAGEM
China quer facilitar a resolução de conflitos
A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China criou, em junho, a sua câmara de mediação e arbitragem em território brasileiro. A ideia é amparar empresas chinesas e brasileiras para que, em caso de conflito, possam ter a chance de resolverem suas diferenças diretamente, em vez de irem ao Judiciário. A medida pode trazer mais rapidez aos processos. Um relatório do Global Development Policy Center, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, mostra que nos últimos anos o gigante asiático investiu US$ 17,7 bilhões nos países latinos, em vários setores da economia. O Brasil, por conta de sua produção agropecuária e potencial de crescimento, tem sido um dos alvos preferidos dos chineses.
CARNE OVINA
Hábito fora do tom
O brasileiro é um grande consumidor de carnes. Per capita, são 44 quilos de frango, 35 quilos de carne bovina e 15 quilos de suína. Mas, no caso de ovinos, isso não acontece. São apenas 400 gramas por ano. É o que mostra uma pesquisa da Embrapa. Cerca de 25 milhões de pessoas, 12% dos consumidores, nunca experimentaram a carne. E mesmo entre os que já experimentaram, a adesão ao consumo frequente não acontece, por falta de hábito. Isso significa 128 milhões de pessoas fora do mercado, ao extrapolar os dados da pesquisa para a população do País. O consumo de ovinos é frequente para apenas 52 milhões de brasileiros, ou 25% da população. Desse total, 8,8 milhões (17%), comem a carne pelo menos uma vez ao mês e 3,6 milhões (7%), uma vez na semana.