Desde a segunda semana de março a Petrobras tinha espaço para uma queda de preços do diesel, avalia o analista Pedro Shinzato, da StoneX, que considerou correta a queda de R$ 0,18 por litro anunciada na manhã desta quarta-feira pela estatal. Já o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araújo, avaliou que a redução foi maior do que o esperado.

“Na nossa avaliação tinha espaço para redução sim, mas não de R$ 0,18. A Petrobras se excedeu um pouco nessa redução, pelas nossas contas deveria ser de R$ 0,10, R$ 0,11”, disse Araújo ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Com o preço do diesel abaixo da paridade, as oportunidades de importação do combustível ficam inviabilizadas, complementa.

Segundo ele, a gasolina continua em paridade com o mercado internacional e não tem motivo para ter os preços alterados no curto prazo.

De acordo com Shinzato, da StoneX, no fechamento de terça, 21, havia espaço para uma queda de até R$ 0,22 por litro. “O mercado internacional continua bastante volátil, mas de certa forma já vinha se consolidando esse espaço para queda desde a segunda semana de março”, disse Shinzato.

Em levantamento feito pela Stonex, desde o dia 6 de março a paridade passou a ficar negativa no Brasil em relação ao Golfo do México, usado como referência para os preços internos dos combustíveis, acelerando a partir de 15 de março e perdendo a força nos últimos três dias.

A Petrobras informou nesta quarta-feira que vai reduzir o preço do litro do diesel em R$ 0,18 a partir da quinta-feira, 22, nas suas refinarias. O preço para as distribuidoras vai passar de R$ 4,02 para R$ 3,84 por litro. O combustível não era reajustado pela estatal havia 22 dias.