Poucos negociadores retornarão aos seus países completamente satisfeitos com o documento final da Cúpula do Clima (COP-26), anunciado neste sábado, 13, em Glasgow, na Escócia, mas isso faz parte de operar sob o multilateralismo. A avaliação é de Patricia Espinosa, secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que discursou na plenária do evento nesta tarde.

“O reconhecimento (dos problemas climáticos) foi o que permitiu o apoio e o consenso sobre o acordo”, afirma Espinosa, destacando que o sucesso do encontro não se resumia a anúncios impactantes e sim um pacote que fizesse sentido. “Temos boas intenções e ações mensuráveis (no acordo)”, destaca.

Para Espinosa, a discussão financeira era essencial, uma vez que países desenvolvidos necessitam de suporte para acompanharem o acordo climático. Mas, de modo geral, a secretária-executiva se mostrou satisfeita com o que chamou de “transformação histórica”, disse que agora os negociadores podem aproveitar o que conquistaram e ressaltou que todos devem permanecer vigilantes para que as promessas sejam cumpridas.

Depois de Espinosa, o presidente da COP26, Alok Sharma, retornou ao microfone da plenária para dizer que estava orgulhoso do que foi conquistado coletivamente. “É um progresso real e agora o trabalho deve começar. Podemos dizer que mantemos (o aumento limite de) 1,5ºC sob alcance”, ressalta.