O estado do Tocantins busca a venda de mais de 2,5 bilhões de reais em créditos de carbono relacionados à conservação da floresta amazônica até 2030, informou o governo estadual nesta quinta-feira, 14.

+ Brasil está entre países do G20 com maior proporção de área protegida

As empresas normalmente compram esses créditos para compensar uma parte de suas emissões de gases de efeito estufa em busca de metas voluntárias para reduzir o aquecimento global, basicamente pagando por projetos que reduzem a poluição climática.

Tocantins pretende vender cerca de 50 milhões de créditos de carbono, cada um equivalente a uma tonelada de carbono sequestrado por florestas e outras vegetações nativas em todo o estado até o final da década, informou o governo em um comunicado.

O valor e o número de créditos de carbono dependem da redução bem-sucedida do desmatamento no estado, afirmou. O governo estadual compartilhou exclusivamente com a Reuters os detalhes de sua emissão planejada de créditos de carbono antes do anúncio oficial.

Cientistas afirmam que a proteção da floresta amazônica é vital para conter a mudança climática devido à grande quantidade de dióxido de carbono que suas árvores absorvem.

O governo federal anunciou na semana passada que o desmatamento na Amazônia brasileira nos 12 meses até julho caiu para o nível mais baixo desde 2015.

Tocantins enviará sua documentação na quinta-feira para validar o projeto sob o padrão de crédito de carbono ART-TREES, apresentando oficialmente o projeto na cúpula climática COP29 das Nações Unidas no Azerbaijão.

A empresa de comércio de commodities Mercuria está coordenando a venda.

A apresentação buscará certificar de 17 milhões a 18 milhões de créditos de carbono sequestrados de 2020 a 2024, sem incluir os créditos reservados para o caso de incêndios florestais ou outras contingências, disse à Reuters uma pessoa familiarizada com o negócio.

Esses créditos podem valer pelo menos 850 milhões de reais, com base na avaliação geral do acordo feita pelo governo.

A venda desse lote de créditos provavelmente será concluída no segundo semestre de 2025, afirmou a pessoa sob condição de anonimato, pois esses detalhes não são públicos.

O número de créditos envolvidos supera os acordos firmados este ano por Microsoft, Google e Meta para a compra de créditos de carbono florestal no Brasil, e também supera o acordo do governo do Estado do Pará para a venda de créditos a um grupo de empresas que inclui a Amazon.