31/10/2013 - 10:26
Para garantir o escoamento ágil e eficiente da produção agropecuária no Centro-Oeste do país, a região precisa, com urgência, de investimentos de R$ 36,4 bilhões até 2020. Os números foram divulgados nesta terça, (29), em Brasília, durante lançamento do Projeto Centro-Oeste Competitivo, realizado por entidades representativas da indústria e da agropecuária na região. Esse valor é necessário para a execução de 106 projetos prioritários para ampliar e modernizar a infraestrutura de transporte de Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Impulsionada pelos recordes da boa safra mato-grossense, a região Centro-Oeste é líder nacional na produção de carne e grãos, capacidade de abate, além de se destacar na abundância de minérios. De acordo com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, que no ato representou todos os governadores da região, o PIB do Centro-Oeste cresceu seis vezes nos últimos seis anos. ³Atentem-se para o Centro-Oeste, aqui é o futuro do Brasil. O governo federal tem feito muito pouco por nós e graças ao empenho dos governos estaduais chegamos a esses bons resultados², afirmou.
O Centro-Oeste Competitivo ressalta que das mais de 100 obras prioritárias para a região, 19, ou seja, 16,4%, estão em andamento. As demais estão em fase de projeto ou apenas nos planos governamentais. O levantamento da CNI e da CNA identificou 26 projetos no transporte ferroviário, com custos de R$ 17,5 bilhões; 24 projetos na estrutura portuária, que vão exigir R$ 8,4 bilhões; e 34 obras essenciais para melhorar o transporte fluvial, com investimentos de R$ 6,7 bilhões.
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, revelou que a necessidade de investimento logístico é apartidária. ³Todas as confederações estão unidas para que as concessões deem certo, não pelo sucesso político do governo, mas pelo sucesso econômico dos nossos setores. Por isso estamos juntando as forças², destacou a senadora.
O presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, destacou a importância dos dados levantados pelo estudo. Para ele, o levantamento referenda tecnicamente os gargalos enfrentados pelos produtores. ³Precisamos da integração de novos modais. O mundo todo usa hidrovias como fonte de transporte, e nós, com esta dádiva de rios navegáveis não estamos explorando este potencial. Apontamos a solução, agora o governo tem que querer fazer. Ou o governo decide fazer, ou em 2014 precisamos trocar de governo², desabafou.
Se por um lado a região Centro-Oeste enfrenta dificuldades extremas para escoar a produção, por outro, o Produto Interno Bruto (PIB) regional quase riplicou entre 2002 e 2010, passando de R$ 129,6 bilhões para R$ 350,5 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ³O governo investe muito pouco no Centro-Oeste. Não tem sequer propostas para ampliar a competitividade da região que mais contribui para o superavit comercial do país², lamentou o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.
O presidente da Confederação Nacional das Indústrias, Robson Braga de Andrade, afirmou que a partir de agora o estudo deve pautar as ações do governo. ³Juntamente com a CNA vamos apresentar este projeto ao Governo Federal, e por meio do Ministério dos Transportes, solicitaremos que essas obras sejam incluídas no PAC, uma vez que elas tem um impacto grande na redução de custos², lembrou.
Projeto – O projeto divulgado nesta terça é a quarta publicação da série Estudos Regionais de Competitividade, patrocinados pela CNI e federações estaduais da indústria. Nos quatro estudos foram identificadas 205 obras prioritárias, que envolvem investimentos de R$ 55 bilhões nos próximos sete anos.
Fonte: Aprosoja