31/10/2022 - 18:44
A resposta de Washington à pandemia de covid-19 deixou as finanças domésticas e empresariais fortes nos EUA, com maiores reservas de poupança e menores despesas com juros. Mas também pode tornar mais difícil o trabalho do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de domar a alta inflação.
Algumas autoridades defenderam a desaceleração do ritmo de aumento dos Fed funds após a reunião desta semana – quando o BC americano deve repetir alta de 75 pontos-base – mas o debate sobre a velocidade das altas pode obscurecer um debate mais importante sobre como as taxas acabam subindo.
Em 2020, a resposta do governo americano em tempos de combate à pandemia – estímulo fiscal generoso que despejou dinheiro nas famílias e reduziu os custos de empréstimos – interrompeu a dinâmica recessiva usual de aumento do desemprego, que amplifica os declínios na renda e nos gastos. Isso significa que os balanços do setor privado estão em uma posição historicamente forte.
Os setores doméstico, corporativo não financeiro e de pequenas empresas tiveram um superávit da receita sobre o gasto total igual a 1,1% do PIB no trimestre de abril a junho, segundo economistas do Goldman Sach, usando uma média de três anos, a medida é mais saudável do que na véspera de qualquer recessão nos EUA desde a década de 1950.