01/05/2012 - 0:00
MADEIRA: a ERB vai utilizar 150 toneladas de eucalipto por dia na geração de energia para a Dow
Quando o ponteiro do relógio vai se aproximando das cinco da manhã, hora de o sol nascer, o cheiro de eucalipto toma conta de Esplanada, um minúsculo município no litoral norte baiano, a 170 quilômetros de Salvador. O aroma vem de uma floresta de 3,3 mil hectares plantados há um ano pela empresa Energias Renováveis do Brasil (ERB), com sede em São Paulo. Como o nome ERB sugere, as árvores de Esplanada fazem parte de um projeto pioneiro na Bahia: produzir energia renovável a partir de biomassa de eucalipto. “O eucalipto é uma fonte segura e limpa e deveria ser mais bem aproveitado”, diz Emilio Rietmann, diretor-executivo e sócio-fundador da ERB.
RIETMANN, CEO DA ERB: “O eucalipto é uma fonte segura e limpa e deveria ser mais bem aproveitado”
O investimento baiano da ERB, que deverá entrar em operação no segundo semestre de 2013, é de R$ 210 milhões e prevê o fornecimento do vapor gerado por 150 toneladas de eucalipto por dia até 2021. “No atual estágio da floresta, já podemos prever com detalhes como funcionará a unidade de geração de energia para a fábrica da Dow”, di ietmann com um amigo, o empresário e engenheiro gaúcho Jandir Cantele, para ser uma empresa que cuida de toda a cadeia produtiva, do plantio das árvores à usina geradora de energia. Dois anos depois, a empresa ganhou dois sócios de peso e perdeu Rietmann, como um dos donos. Foi uma estratégia para crescer. Um dos novos sócios, a Rio Forte, sociedade de investimentos do grupo português Espírito Santo, aplicou na empresa R$ 12,9 milhões, valor equivalente a 49% das ações. A Caixa Econômica Federal também desembolsou o mesmo valor e hoje detém 49% das ações – continua como sócio, o empresário e engenheiro gaúcho Jandir Cantele, para ser uma empresa que cuida de toda a cadeia produtiva, do plantio das árvores à usina geradora de energia. Dois anos depois, a empresa ganhou dois sócios de peso e perdeu Rietmann, como um dos donos. Foi uma estratégia para crescer. Um dos novos sócios, a Rio Forte, sociedade de investimentos do grupo português Espírito Santo, aplicou na empresa R$ 12,9 milhões, valor equivalente a 49% das ações. A Caixa Econômica Federal também desembolsou o mesmo valor e hoje detém 49% das ações – Cantela continua como sócio, com apenas 2% do capital. A entrada dos dois investidores na ERB e a sua saída da sociedade foi uma proposta do próprio Rietmann. “Queria que a empresa tivesse capital suficiente para se tornar referência em produção de energia”, diz. Em retribuição, os controladores o mantiveram à frente dos negócios, como diretor-executivo da ERB.
PINTO DA SILVA, superintendente florestal: mudas de eucalipto serão utilizadas na recuperação de áreas degradadas para formar florestas
Com dinheiro em caixa, a ERB conseguiu propor um pacote completo de cogeração de energia, comprado pela Dow. No mês passado, a empresa finalizou os detalhes de como será realizada a colheita das árvores em Esplanada, bem como o transporte da madeira para o complexo petroquímico de Aratu, distante 145 quilômetros, onde está instalada a usina da Dow. Segundo Antônio Inácio Sousa, diretor-comercial de energia para a América Latina da Dow, a fábrica irá receber 15 KW por minuto de vapor. Com a energia limpa gerada pelo eucalipto, a Dow deixará de consumir 200 mil metros cúbicos diários de combustíveis fósseis em seu complexo fabril de Aratu, que inclui fábricas de papel, têxteis, de alumínio e de produtos farmacêuticos. Com isso, conseguirá reduzir pela metade as emissões de CO², que chegam a 180 mil toneladas por ano. “Contratamos a ERB para acelerar nossa redução de 25% nas emissões de gases poluentes até 2015”, diz Sousa. O programa da Dow começou em 1995 e desde essa data as emissões já caíram 22%.
O plano da ERB para fazer com que a Dow diminua seu índice de poluição jogado na atmosfera vai contar com a ajuda dos produtores da Bahia. A ERB precisa investir em florestas e está fazendo parcerias para plantar, nos próximos cinco anos, mais 25 mil hectares de eucalipto e cinco mil hectares de pinus. As gramas e grãos também entram na lista dos O plano da ERB para fazer com que a Dow diminua seu índice de poluição jogado na atmosfera vai contar com a ajuda dos produtores da Bahia. A ERB precisa investir em florestas e está fazendo parcerias para plantar, nos próximos cinco anos, mais 25 mil hectares de eucalipto e cinco mil hectares de pinus. As gramas e grãos também entram na lista dos geradores de energia. O projeto é ter 15 mil hectares com cultivo de capim-elefante e de sorgo. “Apesar das outras culturas para gerar energia, o carro-chefe será mesmo o eucalipto”, diz Rietmann. No Brasil, existem quase 4,8 milhões de hectares, e na Bahia estão localizadas 12,6% das florestas plantadas, segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf).
O plantio da árvore será em sistema adensado, com três unidades por metro. “O primeiro corte já é feito no primeiro ano, quando a árvore atinge cinco metros”, diz Roberto Pinto da Silva, superintendente agroflorestal da ERB. “Também vamos apostar na recuperação de áreas degradadas para formar as florestas.” Os produtores da região estão sendo atraídos pela proposta da empresa de utilizar parte da propriedade para plantar as árvores e pagar pela produção. “O produtor terá um percentual sobre o que a floresta produzir”, diz Silva. O produtor de leite Márcio de Araújo Silva, da fazenda Olaria, em Pedrão, município a 95 quilômetros da Dow, dono de uma fazenda de 146 hectares, vai ceder 80 hectares para a ERB plantar eucalipto. “Entrei no projeto logo no início e venho recebendo antecipadamente pelas árvores, que serão colhidas em 2015.” O contrato de uso da terra com os produtores é de 12 anos.
O PROCESSO DA ERB Entenda como a empresa gera energia