Uma das provas de proficiência em inglês mais aceitas por universidades do mundo todo está mudando – e, na opinião de especialistas, para melhor. O Toefl, cujo exame mais completo exige conhecimento de leitura, audição, conversação e escrita, será encurtado em uma hora e terá alteração em parte do seu conteúdo. Em essência, o exame será o mesmo, mas o candidato deverá fazer a prova menos pressionado.

“A principal mudança é que a prova vai ficar mais curta, e isso é ótimo”, avalia Bruna Passos Amaral, do Partiu Intercâmbio (@partiuintercambio), plataforma que orienta brasileiros que querem estudar no exterior. “Anteriormente, era muito tempo para fazer as questões e, quando chegava na parte de produzir os textos, acabava se tornando maçante, porque o cérebro já estava muito cansado.”

A mesma opinião é compartilhada por Iara Coelho (@teacheriaracoelho), professora de inglês especialista em Toefl e Ielts, outro famoso exame de proficiência. “As mudanças ao meu ver são totalmente positivas, visto que o Toefl é um teste muito longo, cansativo e totalmente online”, afirma. “Ficar na frente de uma tela por três horas é mais do que testar apenas o nível de inglês em várias habilidades, é também um teste de resistência. Isso prejudicava vários alunos que, cansados, poderiam não alcançar a nota requerida mesmo tendo uma boa preparação e bom nível de inglês.”

Até recentemente, o Toefl era realizado durante mais de três horas. A questão é que, ao contrário de provas como a do vestibular, as quatro habilidades exigidas seguem uma ordem determinada, o que impede que o candidato opte por aquela em que se sente mais confortável. “Ele começa pelo reading, que é a parte de compreensão de leitura; depois vai para o listening, que é compreensão de escuta; aí vem o speaking (conversa) e depois o writing (escrita). Quando chega ao writing, o candidato já está cansado”, diz Bruna;

Agora, o tempo de prova foi reduzido para cerca de duas horas. Para isso, houve diminuição no número de questões de leitura e também em um dos textos de escrita. “Reduzir a quantidade de questões no reading e diminuir a quantidade de palavras da Independent Essay de 300 para 100 é um enorme avanço”, diz Iara. A Independent Essay é uma espécie de discussão acadêmica em que o candidato participa.

A favor

A empresária Úrsula Leite, de 26 anos, está se preparando para o Toefl e comemora a duração mais curta. “Estou estudando agora a parte do listening, que para mim é a pior. Eu ficava com medo de não conseguir fazer tudo por causa do cansaço. Pode parecer frescura, mas isso pega.”

Estratégia de estudo não muda, mas IA ajuda

Do ponto de vista de preparação para a prova, os especialistas acreditam que pouco muda – pelo menos do ponto de vista da estratégia. “Não há impacto”, afirma Iara Coelho. “A diminuição no número de questões do reading e a mudança no writing não afetam o tempo, uma vez que o que o aluno necessita é se familiarizar com a prova, os estilos de questões e como deve escrever.”

Bruna Passos Amaral reitera que a prova ficará menos cansativa, mas diz que em termos de método de estudo nada mudará. “O Toefl, como qualquer outro exame de proficiência, é um teste de resistência. E é preciso também entender a prova. Você precisa fazer simulados, não adianta estudar inglês como um louco. É preciso entender o formato da prova, e o que cada questão quer de você.”

Inteligência artifical

Ela lembra que o site da ETS, que aplica o Toefl, passou também a oferecer simulados com uma opção de correção. “Dispõe de inteligência artificial (IA) corrigindo as questões de speaking e de writing, que era algo que quem estudava antes não tinha como usar – a não ser que utilizasse outros softwares pagos.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.