Em embate com Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou o adversário de mentir sobre a promessa de manter o valor de R$ 600 no Auxílio Brasil para o próximo ano. “Importante lembrar que a manutenção dos R$ 600 não está na LDO (Lei das Diretrizes Orçamentárias) mandada para o Congresso Nacional. Existe uma mentira no ar”, retrucou o petista no segundo bloco do primeiro debate presidencial na TV, na Band.

Lula ainda rebateu Bolsonaro, ao dizer que o PT reivindica há dois anos o valor pago atualmente pelo auxílio. “Bancada do PT votou favorável ao auxílio de R$ 600, mas é preciso que a gente faça essa política concomitante à política de crescimento. Candidato adora citar números absurdos”, provocou ao terminar a resposta dizendo que Bolsonaro “vendeu Eletrobras, privatizou a BR e está loteando a Petrobras”.

A defesa do meio ambiente foi tema retomado no debate. Perguntado por Lula como avalia o desempenho da atual administração do presidente Jair Bolsonaro sobre esta questão, o candidatos a presidente do Novo, Luiz Felipe D’Avila destacou que o governo Bolsonaro tratou “com descaso” a ecologia no País, enquanto Lula lembrou que a atual administração tinha um ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles) que dizia “onde passa um boi, passa uma boiada”, em defesa de desregulamentações na área ambiental que precisariam ocorrer rapidamente enquanto o País estava no auge da pandemia.

O candidato do Novo apontou que o País pode ser um grande beneficiário da economia verde, não só com a criação de empregos gerados pela transição para a emissão zero de carbono, mas também para atuar no mercado internacional de créditos de carbono. Hoje, o Brasil praticamente afastado destes investimentos devido a desconfiança da comunidade financeira internacional com o avanço das queimadas e ações predatórias em florestas pelo País, sobretudo na Amazônia.

D’Avila aproveitou para elogiar o agronegócio, que, segundo ele, defende o meio ambiente e que tem interesse em preservar a natureza. Foi um contraponto ao comentário de Lula ao destacar que o agribusiness no Brasil é “fascista” em entrevista ao Jornal Nacional na última quinta-feira.

Lula, por sua vez, destacou que participou da COP-15, em Copenhagen, quando era presidente, quando, para ele, foram estabelecidas as bases para o Acordo de Paris, que prevê que os países signatários concordem em buscar a emissão neutra de carbono até meados do século. “O meu governo reduziu o desmatamento em 80% e o Brasil passou a ser referência no mundo”, disse Lula.