16/09/2015 - 16:08
Começa dia 21 de setembro, no Rio Grande do Sul, a Expedição Agricultura Familiar, um projeto técnico inédito que vai investigar o setor que produz 70% dos alimentos consumidos no Brasil. Atuante em todas as regiões do país, o sistema de produção envolve 14 milhões de pessoas entre pequenos e médios agricultores e pecuaristas.
A iniciativa vai resultar em um diagnóstico completo de segmentos que vão da produção de queijo à de frutas tropicais. As incursões vão mostrar também cadeias tradicionais, como a do café e a do cacau, além de setores em franca expansão, como o do frango e o da madeira.
A partir do tema “A revolução silenciosa e sustentável da agricultura brasileira”, a Expedição Agricultura Familiar vai percorrer seis estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia, até o final de outubro. Em cada estado, será realizado seminário sobre agricultura familiar e sondagem de campo para documentar a atuação das famílias produtoras.
Nesta primeira edição, os técnicos do projeto cruzam o país para mostrar como o segmento têm gerado emprego e renda regionalmente, quais os desafios da produção e distribuição de alimentos in natura e o potencial de expansão dos principais polos em atuação. A agricultura familiar produz mais de 50 tipos diferentes de alimentos e se converte em base de apoio para agroindústria. Em outra frente, busca abrir caminho para exportação de produtos que vão da erva-mate à soja orgânica.
A Expedição será desenvolvida por 12 técnicos e jornalistas, que vão percorrer 15 mil quilômetros em 20 polos de produção de alimentos. Serão rodados até 2,5 mil quilômetros por semana, em trajetos de Canguçu – o maior centro de minifúndios do Brasil, no Sul do Rio Grande do Sul – até Juazeiro – o maior polo de produção de frutas tropicais do Brasil, no Norte da Bahia.
“Vamos percorrer polos da agricultura familiar nas regiões Sul, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do país, mostrando os perfis regionais e a força desse sistema de produção. Pequenos e médios produtores são protagonistas de um processo de desenvolvimento socioeconômico nacional. As unidades de produção vêm se profissionalizando, evoluindo continuamente em cada região. Temos convicção de que a agricultura familiar que vamos encontrar em nossas viagens vai surpreender o Brasil”, afirma o coordenador da Expedição, Giovani Ferreira.
O desenvolvimento da agricultura familiar brasileira depende de apoio público em programas de crédito que viabilizam a produção e a comercialização dos alimentos. A expedição vai mostrar de que forma o setor vem usando os recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que completa 20 anos.
O sistema de produção vem sendo apontado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como estratégia de segurança alimentar e combate à fome. A entidade defende políticas de estímulo à agricultura familiar e o reconhecimento de sua importância socioeconômica. Fonte: Ascom.