31/07/2024 - 15:07
São Paulo, 31 – A exportação brasileira de café solúvel alcançou o equivalente a 1,915 milhão de sacas de 60 kg no primeiro semestre de 2024, o que corresponde a um crescimento de 3,3% em comparação com igual período de 2023 (1,853 milhão de sacas). Os dados fazem parte de relatório semestral divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). A receita cambial obtida com os embarques no período atingiu US$ 402,9 milhões, avanço de 13,8% ante janeiro a junho de 2023.
O diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, disse no relatório que esse desempenho “sinaliza a possibilidade de se alcançar um novo recorde em valor obtido com as exportações de cafés solúveis brasileiros”. Quanto ao crescimento em volume, ele considerou que o resultado reflete os contínuos investimentos em qualidade e inovações tecnológicas por parte das sete indústrias do produto instaladas no País, todas filiadas à Abics, as quais, juntas, têm capacidade produtiva de 132 mil toneladas e fazem do Brasil o maior parque industrial do mundo.
Os Estados Unidos, mesmo com uma queda de 20,4% nas importações, lideram o ranking dos principais destinos dos cafés solúveis do Brasil, com a aquisição do equivalente a 336.646 sacas no primeiro semestre. Fechando o top 3, vêm a Indonésia, com a compra de 119.474 sacas (+39,5%) e a Rússia, com 99.706 sacas (+158,3%).
“Entre os principais importadores, o destaque ficou para as nações concorrentes, que produzem café e também industrializam o solúvel, como a citada Indonésia, e o México, segundo maior produtor mundial do produto, com acréscimo de 227%, o que lhe conferiu o sétimo lugar no ranking”, observou o diretor da Abics.
Ele também destaca o Vietnã, que teve um “surpreendente” acréscimo de 367,5% nas importações, saltando para a 15ª colocação na tabela, e a Rússia. “Tradicionais clientes do café solúvel do Brasil há décadas, sempre ocupando as primeiras posições de destino, mas que haviam caído ao 19º lugar em 2023, os russos voltaram a figurar como um dos principais compradores no primeiro semestre deste ano com a elevação de 158% e o terceiro lugar no ranking”, comentou.
De janeiro ao fim de junho deste ano, o Brasil consumiu o equivalente a 525.797 sacas de café solúvel, o que representou um avanço de 1,2% em relação às 519.537 sacas absorvidas pelo mercado interno no primeiro semestre de 2023.
Segundo Lima, “esse desempenho foi sustentado pelo vigoroso impulso de 95,6% do café tipo freeze dried (liofilizado), uma vez que o spray dried, que representa o maior volume (88% do total), interrompeu a série de crescimento ao recuar 4,4% de janeiro a junho. Já os cafés solúveis importados, com representatividade de apenas 2% do geral, tiveram crescimento de 23% no período”.
Safra de café pode ter perda por conta do clima
A safra de café do Brasil em 2025 pode sofrer perdas consideráveis se as condições climáticas permanecerem desfavoráveis aos cafeeiros, como tem sido o caso nos últimos meses, disse nesta quarta-feira um agrônomo da Cooxupé, a maior cooperativa de café do país.
Guilherme Vinicius Teixeira disse durante teleconferência com produtores rurais que a maioria das lavouras não vê chuva há mais de 120 dias, e a umidade do solo está se aproximando de níveis críticos nas principais áreas produtoras do Sul de Minas Gerais e do Cerrado Mineiro.