Exportadores brasileiros de carne bovina venderam cerca de 48.000 toneladas de carne bovina para os Estados Unidos no mês passado, apesar da aplicação de uma nova tarifa de 10% por Washington, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, em entrevista nesta quinta-feira.

Perosa disse que o volume foi “uma grande surpresa”, pois se compara a cerca de 8.000 toneladas de carne bovina brasileira vendida a importadores americanos no mesmo mês do ano passado.

Para vendas fora da cota anual pré-determinada de 65.000 toneladas, a carne bovina brasileira já estava anteriormente sujeita a uma tarifa de 26,4% nos EUA. Uma taxa adicional de 10% agora se aplica.

Para as vendas de carne bovina brasileira dentro da cota, o governo americano impôs uma tarifa de 10%, ante zero anteriormente, disse Perosa.

A cota anual de 65.000 toneladas foi preenchida em janeiro.

A China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, mas a grave escassez de gado nos EUA impulsionou a demanda por importações de carne bovina, inclusive de fornecedores brasileiros e australianos, disse Perosa.

Citando dados da consultoria Datagro, Perosa afirmou que o Brasil pode se tornar o maior produtor mundial de carne bovina em 2026, substituindo os EUA, onde os pecuaristas enfrentam dificuldades para aumentar os rebanhos bovinos e as empresas tenderiam a produzir menos carne bovina.

O Brasil já é o maior exportador mundial de carne bovina.