A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projetou nesta segunda-feira uma “evolução significativa” das exportações brasileiras de carne de frango no segundo semestre, após os embarques terem crescido 0,5% na primeira parte do ano, com as movimentações em maio e junho impactadas negativamente por um caso de gripe aviária, já encerrado.

Com a publicação da autodeclaração do Brasil de livre de Influenza Aviária junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a maioria dos mercados retomou o fluxo das exportações e outros deverão restabelecer em breve, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota.

“A expectativa é que ocorra uma significativa evolução nos níveis dos embarques neste segundo semestre, ampliando o resultado positivo esperado para este ano”, afirmou Santin.

Uma projeção da ABPA — anterior ao caso de gripe aviária em granja comercial em maio — indicou que o Brasil, maior exportador global de carne de frango, poderia ampliar as exportações em 2025 em 1% na comparação com 2024, para um recorde de 5,35 milhões de toneladas.

As exportações brasileiras de carne de frango, considerando todos os produtos, entre in natura e processados, encerraram o primeiro semestre deste ano com 2,6 milhões de toneladas, versus 2,588 milhões de toneladas no mesmo período de 2024, informou a ABPA, também nesta segunda-feira.

Para Santin, as exportações em maio e junho, que registraram queda após os embargos decorrentes do caso de gripe aviária, foram menos impactadas do que o esperado. Houve um “impacto real inferior ao que se chegou a especular com as suspensões”, disse ele.

Apesar de vários países terem retomado as compras, a China e a União Europeia ainda seguem com barreiras ao produto brasileiro.

No domingo, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a China está “estudando os protocolos” para suspender o embargo à importação de carne de frango brasileira, após conversa com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

Em junho, as exportações de carne de frango do Brasil somaram 343,4 mil toneladas, queda de 21,2% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, por conta das restrições sanitárias. A receita gerada no período chegou a US$637 milhões, redução de 19,7% na mesma comparação, segundo a ABPA.

 

(Por Roberto Samora)