As exportações de carne bovina brasileira devem encerrar 2016 em queda. Conforme projeção apresentada pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) nesta segunda-feira, 12, os exportadores devem atingir R$ 5,5 bilhões em faturamento com o embarque de 1,4 milhão de toneladas. Enquanto o volume negociado é o mesmo de 2015, a receita é 7% inferior a registrada no ano passado.

A receita de vendas para mercados como, Rússia (-31%) e Venezuela (- 73%), explica o resultado negativo, diz o presidente da entidade, Antônio Jorge Camardelli. A queda nos preços do petróleo e a valorização do dólar reduziram a demanda destes países, o que também levou a uma queda do preço médio pago pela tonelada. O valor passou de US$ 4,2 mil por tonelada em 2015 para US$ 3,9 mil por tonelada neste ano, retração de 7%. “Em muitos países tivemos que adequar os produtos negociados para manter o mercado, o que significou vender cortes de menor valor”, diz

2017 – Para o próximo ano, Camardelli aposta na recuperação das vendas. “Em uma perspectiva conservadora, devemos atingir faturamento de US$ 6 milhões e exportar 1,5 milhão de toneladas”, afirma. A projeção tem como base a perspectiva de abertura de mercados como Coreia do Sul, Taiwan, Indonésia, Canadá, México e Japão. Neste último caso, o Brasil já vende miúdos e carne industrializada ao País, mas ainda pretende abrir o mercado para carne in natura e extrato de carne.  Segundo a Abiec, caso todos os mercados abram as portas aos produtos brasileiros, eles podem resultar em incremento de 180 mil toneladas ao ano, o que poderia ampliar o faturamento do setor em US$ 1 bilhão por ano.

A abertura do mercado dos Estados Unidos ao produto brasileiro, que foi a grande notícia do ano para o setor, deve render frutos em 2017. Os embarques de carne in natura ao país tiveram início em junho. Até novembro, a indústria brasileira exportou 525 toneladas ao mercado americano, 61% da cota na qual o Brasil se encaixa.