As tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump parecem não estar assustando as empresas exportadoras de carne bovina. Mesmo com um adicional de 76,4%, o setor tem trabalhado para realocar seus produtos e projeta um crescimento de 14% em 2025.

No ano passado, as indústrias nacionais embarcaram 2,89 milhões de toneladas de carne bovina para cerca de 150 países. Se confirmada as previsões, as vendas externas poderiam chegar a 3,3 milhões de toneladas neste ano.

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“A despeito das tarifas e das questões geopolíticas, o brasileiro, principalmente o setor da pecuária, tem muita capacidade de articulação e realocação dos seus produtos”, disse Roberto Perosa, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).

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Apesar do otimismo, Perosa reconhece que o mercado dos Estados Unidos é altamente rentável, demandante e que a perda do segundo maior cliente “faz diferença”. “Mas pasmem, mesmo com a tarifa de 76,4% (dos Estados Unidos à carne bovina), ainda existe exportação por conta da competitividade que nós conquistamos”, disse.

Novas alternativas

Na mira de empresas como JBS, Marfrig e Minerva estão os mercados recém abertos para a carne bovina brasileira, como o Vietnã. Perosa disse que o setor ainda trabalha para abrir o Japão, Turquia e Coreia do Sul.

Outros que estão na mira são os países árabes. Amanhã (18), representantes de 22 países árabes do Norte da África e do Oriente Médio serão recebidos em Brasília pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. A Câmara Árabe-Brasileira apresentará um estudo, que avalia alternativas para redirecionar a países árabes parte dos produtos brasileiros sobretaxados pelos Estados Unidos, especialmente alimentos.