08/11/2025 - 9:31
Uma exposição digital que reúne mais de 50 histórias de vida coletadas nos seis biomas brasileiros entre 2024 e 2025 está disponível gratuitamente até o dia 1º de fevereiro de 2026.
A mostra exibe vídeos, sons e imagens que retratam como diferentes pessoas e comunidades convivem, resistem e criam soluções em meio a transformações da terra. Inaugurada pelo Museu da Pessoa, a mostra pretende que o público reflita sobre a relação entre seres humanos e o planeta a partir de uma escuta biocêntrica, que reconhece todas as formas de vida como igualmente valiosas.
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Com curadoria de Ailton Krenak e Karen Worcman, a exposição traz narrativas de povos indígenas, agricultores, artistas, quilombolas, cientistas e guardiões da natureza que compartilham suas experiências de pertencimento à Terra.
“De onde nós viemos e para onde nós estamos indo, o que nós estamos fazendo com essa experiência? A terra tem resposta para todos nós, nos lugares de onde nós nos originamos”, afirma o curador Ailton Krenak.
Krenak diz acreditar que, conseguindo abrir o pensamento para esse movimento biocêntrico, seria mais fácil entender porque os povos nativos, os povos originários, são tão agarrados aos seus lugares de origem.
“Eu percebo que isso é uma atitude biocêntrica. E é interessante que ela articula também uma ideia de comunidade. É comum, não é individual. O jeito de estar na terra é comum, é coletivo”, ressalta.
Karen Worcman, curadora e fundadora do Museu da Pessoa, destaca que, ao longo da trajetória, exposições, mostras audiovisuais e projetos educativos têm ampliado o diálogo com diferentes públicos e visibilizado como as histórias de vida são ferramentas de transformação social. “É nessa perspectiva que apresentamos essa exposição, convidando cada visitante a se reconhecer como parte dessa grande teia comum de vida”, diz Karen.
Experiência imersiva em Belém
A versão presencial da mostra “Você Já Escutou a Terra?” está em cartaz até 1º de fevereiro de 2026 no Museu do Estado do Pará, no Palácio Lauro Sodré, em Belém. A exposição convida o público a “entrar” sob a crosta terrestre, por meio de um grande manto coletivo feito de resíduos e tecidos, trilha sonora imersiva e histórias gravadas em vídeo, criando uma experiência sensorial de escuta da Terra.
Com curadoria de Ailton Krenak e Karen Worcman, expografia de Marcelo Larrea e trilha de Benjamin Taubkin, a mostra é organizada em quatro módulos: Cabine Manto, O Manto (Escutando a Terra), Rios de Memória e Fala, Museu da Pessoa.