A estiagem no Rio Grande do Sul voltou a provocar redução na estimativa para a safra gaúcha de grãos, segundo os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março, divulgado nesta quinta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A safra de 2023 deve totalizar 299,7 milhões de toneladas, 13,9% maior que a de 2022. O resultado é 0,5% superior ao previsto em fevereiro, 1,6 milhão de toneladas a mais. No entanto, a estimativa para a colheita do Rio Grande do Sul recuou em 4,617 milhões de toneladas em relação ao previsto em fevereiro.

Na passagem de fevereiro para março, houve aumento nas estimativas de safra da Região Nordeste (0,2%), Região Norte (1,6%) e Região Centro-Oeste (2,9%). Houve estabilidade na Região Sudeste, mas declínio na Região Sul (-3,2%).

Em relação a 2022, porém, todas as regiões devem aumentar a colheita em 2023: Sul (28,4%), Centro-Oeste (11,6%), Sudeste (1,0%), Norte (12,9%) e Nordeste (2,5%).

“Apesar da queda que a gente viu no Rio Grande do Sul, a região Sul como um todo ainda está produzindo 28% a mais que no ano anterior. É porque a seca foi pior no ano anterior (2022)”, disse Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE.

Segundo Guedes, a falta de chuvas no Rio Grande do Sul provoca quedas em várias culturas, entre elas o arroz e a uva. No caso da soja, parte da perda local foi compensada no total nacional por aumentos em Mato Grosso e no Paraná, lembrou o pesquisador.

A safra de grãos do Rio Grande do Sul será 13,1% menor que o previsto em fevereiro, mas o Estado ainda espera alta de 16,4% ante a produção de 2022.