São Paulo, 16/12 – O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, reforçou nesta segunda-feira, durante a coletiva anual “Balanço de 2024 & Perspectivas 2025”, a importância da irrigação como medida estratégica para enfrentar as estiagens que têm causado impacto no setor agropecuário do Estado. Segundo ele, embora avanços importantes tenham sido alcançados, a burocracia continua sendo um entrave.

“Resolver a seca é mais fácil do que lidar com o excesso de chuva. Apesar das chuvas intensas deste ano, os maiores reflexos econômicos que enfrentamos vêm das secas de 2022 e 2023, que trouxeram impactos duradouros. A irrigação é uma solução viável, mas ainda existem obstáculos burocráticos que atrasam o avanço dessa prática”, afirmou.

Ele destacou vitórias recentes para o setor, como a dispensa do licenciamento ambiental para pivôs centrais e a descentralização do licenciamento para açudes de até 25 hectares, que agora podem ser autorizados pelos municípios. “Equiparamos o pivô central a uma máquina agrícola, como trator ou colheitadeira, o que foi uma conquista. Já a descentralização do licenciamento facilita o processo para o produtor, que antes precisava se deslocar até Porto Alegre. Porém, ainda precisamos avançar para que a irrigação se torne acessível a todos”, disse.

De acordo com Pereira, embora a safra de 2024 tenha superado os volumes dos últimos dois anos, as dificuldades financeiras impostas pelos eventos climáticos anteriores continuam prejudicando os produtores. “Ainda estamos negociando medidas que ajudem os produtores a recuperar sua capacidade de investimento. Precisamos garantir que a irrigação seja amplamente adotada, porque é uma questão de sobrevivência econômica para o setor”, concluiu.