O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) responsabilizou a gestão do Silicon Valley Bank (SVB) pelos eventos que culminaram na quebra do banco em março, mas reconheceu ter falhado no papel de forçar a instituição financeira a corrigir as vulnerabilidades. A conclusão aparece em relatório de cerca de 100 páginas sobre o colapso do SVB, divulgado nesta sexta-feira, 28, após um trabalho de revisão conduzido pelo vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr.

Segundo o documento, o Silicon Valley Bank era uma empresa “altamente vulnerável”, com um modelo de negócio excessivamente concentrado no setor de tecnologia e uma elevada base de depósitos sem a proteção de seguro. À medida que os juros subiram nos Estados Unidos, o portfólio da companhia ficou exposto, o que deflagrou uma fuga de depósitos.

O Fed explica que as autoridades de supervisão identificaram os problemas, mas foram lentas em exigir que o SVB cumprisse as exigências de liquidez e capital. Para a instituição, o processo foi “muito deliberativo” e focado em acumular evidências antes de agir.

O banco central norte-americano, em particular, avalia que não foi capaz de perceber a seriedade das deficiências na governança e gestão de riscos do banco.

“Esses julgamentos significaram que o Silicon Valley Bank permaneceu bem avaliado, mesmo com a deterioração das condições e risco significativo para a segurança e solidez da empresa”, ressalta o relatório.