14/03/2021 - 7:00
O economista Felipe Salto estreia na próxima terça-feira uma coluna quinzenal na página A2 do Estadão. Diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Salto, de 34 anos, já colaborava com o jornal com artigos publicados a cada 45 dias no mesmo espaço.
Sua coluna é dedicada a falar sobre as contas públicas, Orçamento e desenho da política fiscal. A proposta é trazer uma linguagem fácil para traduzir esses assuntos (sempre muito complexos e áridos), mostrando dados para não ficar no “economês”, como ele mesmo explica.
Com a frequência maior de publicação, Salto pretende trazer para o debate outros assuntos de conjuntura econômica, mostrando cada vez mais a conexão com o desempenho das contas públicas.
A nova fase como colunista do Estadão começa no momento de recrudescimento da pandemia da covid-19. A crise sanitária e os seus efeitos sobre a atividade econômica e as contas públicas serão, é claro, abordados nas suas próximas colunas. “Minha ideia é seguir o que já fazia, mas agora tentando trazer um pouco mais da conjuntura e decisões que o governo vem tomando e o Congresso”, diz.
Como dirigente da IFI, o economista afirma que vai beber na fonte dos relatórios, mensagens e alertas disparados pela instituição, que em pouco tempo, desde que foi criada há pouco mais de quatro anos, conseguiu ampliar o debate fiscal no Brasil. Na esteira da IFI, Salto se tornou uma das principais vozes do debate fiscal no País.
A relação pessoal com o Estadão é familiar. Ainda criança, ele se lembra da leitura do jornal ao lado do avô, Milton Scudeler, que começou a vida como pedreiro, teve educação formal até o terceiro ano escolar, mas sempre gostou muito de ler. Seu Milton era assinante do jornal e apreciador dos editoriais e da página A2, espaço dedicado a opiniões diversas para fomentar o debate. Mostrava ao neto os artigos que mais gostava.
Aos 14 anos, o neto se encheu de coragem e enviou uma colaboração para o espaço de debates do jornal. O artigo foi publicado. A partir daí, tomou gosto em fazer análises e escrever. Como gostava muito de matemática, acabou escolhendo a profissão de economista, o que lhe permitiu conciliar as duas paixões.
Salto é economista e mestre em Administração Pública e Governo pela FGV/EAESP. Foi consultor econômico, com foco em macroeconomia, contas públicas e contas externas, na Tendências Consultoria. Entre 2015 e 2016 trabalhou na assessoria do senador José Serra.
Em 2016 organizou o livro Finanças públicas: da contabilidade criativa ao resgate da credibilidade, pela Editora Record, com o ex-secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. Recebeu em 2017 o Prêmio Jabuti, ao obter a primeira colocação na categoria de Economia com o livro supracitado. Atualmente ministra curso de Finanças Públicas no Mestrado Profissional em Economia do IDP.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.