São Paulo e Brasília, 15/06/2023 – O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou como “ousada” a meta síntese do Plano Nacional dos Fertilizantes (PNF) de reduzir até 2050 a dependência externa do País destes insumos dos atuais 85% para algo entre 50% e 55%. “É importante a reconfiguração (do PNF) porque a meta é muito ousada. 2050 está logo ali e 96% do cloreto de potássio é importado, 72% do fosfato é importado e nosso nitrogenado não é competitivo com gás internacional”, disse Fávaro em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (14), após a primeira reunião do Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), órgão gestor do PNF. O PNF foi lançado em março de 2022 pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e agora será revisado pelo Confert.

Na avaliação do ministro, a Petrobras terá papel muito importante para a redução da dependência externa nacional de fertilizantes. “O governo passado tinha viés de discussão da privatização da Petrobras. Isso não passa pelo governo atual, que quer o fortalecimento da Petrobras, fazendo com ela faça parte das grandes discussões estratégicas do País como tem sido feito. A Petrobras já cumpriu papel importante em fertilizantes”, apontou o ministro.

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Entre 2016 e 2020, a companhia fechou e arrendou três de suas quatro fábricas de fertilizantes nitrogenados (fafens) – processo iniciado pelo governo Temer que deliberou pela saída da estatal do setor. A atual gestão suspendeu a venda da Fafen de Três Lagoas (MS).

Para Fávaro, essa ótica dos governos anteriores de afastar a Petrobras do mercado de fertilizantes foi um dos fatores que contribuiu para aumentar a dependência internacional de adubos do País. “A meta (do PNF) é ousada. Para chegar a redução para 50% da dependência externa nacional, temos que ampliar leque de atores e a Petrobras, certamente, é muito importante”, afirmou ao comentar a entrada da estatal no Confert.

O ministro comentou também sobre a reconfiguração do Confert, que será comandado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). “A Petrobras, por exemplo, não tinha mais nas suas atribuições uma política de fertilizantes. O conselho (da empresa) mudou isso e ela vem fazer parte do Confert. Por isso que (o Confert) precisava de ajuste, porque é um novo modelo de gestão e um nova estratégia do governo do presidente Lula”, observou.