A 52ª edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão, cuja programação foi divulgada nesta terça-feira (7) pelo governo de São Pauolo, homenageará o centenário da Semana de Arte de 1922. O município, que fica na Serra da Mantiqueira, atrai milhares de turistas, especialmente neste período do ano, por suas belas paisagens e baixas temperaturas.

O festival começa em 2 de julho e terá 84 concertos de música clássica ao longo do mês, além de outras atividades artísticas e pedagógicas.

“Estamos conseguindo manter a chama do festival acesa, vencendo também a questão da pandemia, e conseguindo ampliar e diversificar o festival, tornando-o mais relevante do ponto de vista da formação de público, da divulgação da música clássica, da formação de jovens, por meio do projeto pedagógico, do incremento do turismo, enfim todos os aspectos positivos que o festival traz”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.

As atividades são 90% gratuitas e distribuídas em cinco locais de Campos do Jordão: Auditório Claudio Santoro, no Parque Felicia Leirner, com apresentações de sexta a domingo; auditório do recém-inaugurado Parque Capivari, com concertos aos sábados e domingos; Palácio Boa Vista, com atrações na Capela de São Pedro; um palco externo, também aos sábados e domingos; e Igreja de Santa Teresinha, no centro da cidade, às sextas-feiras. Também haverá apresentações na Sala São Paulo, na capital paulista.

O tema do festival é Modernos Eternos, inspirado no poema Eterno, do livro Fazendeiro do Ar, de Carlos Drummond de Andrade. “Teremos compositores modernistas, claro, hoje todos eles eternizados por sua obra, mas também teremos músicas de todos os períodos e vertentes do repertório clássico e popular”, informou o diretor artístico da Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Arthur Nestrovski. A Osesp é uma das organizadoras do evento, promovido pela prefeitura de Campos do Jordão.

A programação apresentará um panorama do modernismo internacional, com obras sinfônicas e camerísticas de compositores como Igor Stravinsky, Béla Bartók, Manuel de Falla, Sergei Prokofiev, Silvestre Revueltas, Paul Hindemith, Bohuslav Martinů e Heitor Villa-Lobos, brasileiro que participou da Semana de 1922. O evento também lembra o bicentenário do romântico belga César Franck e o centenário do vanguardista brasileiro Gilberto Mendes.

Módulo pedagógico

Ao longo do festival, 142 alunos e 52 professores participarão do módulo pedagógico, com mais de mil horas-aula. Entre os professores, nomes de destaque no cenário musical internacional: o violoncelista Leonard Elschenbroich e o pianista Alexei Grynyuk. Estudantes e professores formarão a orquestra do festival que se apresentará sob regência do brasileiro Marcelo Lehninger, do turco Çem Mansur e do inglês Neil Thomson.

Uma das atrações será a entrega do Prêmio Eleazar de Carvalho, cujo nome homenageia o maestro criador do festival. O músico vencedor vai receber uma bolsa de US$ 1,4 mil por mês para estudar por até nove meses em uma instituição estrangeira, a ser escolhida pelo premiado. Também serão cobertas as despesas de viagem entre o Brasil e o exterior.

Outros músicos que se destacarem poderão ser premiados com bolsas na Academia de Música da Osesp.

Mais informações estão disponíveis no site do evento.