07/03/2021 - 8:05
A economia brasileira terminou 2020 num ritmo de retomada mais acelerado do que o esperado por analistas econômicos, mas os primeiros indicadores de 2021 já sugerem uma freada neste início de ano. Como explicação para isso, estão fatores como a piora da pandemia e o fim do auxílio emergencial pago no ano passado, que podem colocar em xeque essa recuperação.
Esse cenário será debatido durante o I Seminário de Análise Conjuntural de 2021 do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), marcado para amanhã. Em formato on-line, o evento é organizado em parceria com o Estadão.
Segundo Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre, e uma das palestrantes do seminário, “controlar a pandemia é crucial” para uma retomada consistente da economia. Ela afirma que seria possível controlar melhor a pandemia e, ao mesmo tempo, “não perder de vista o equilíbrio fiscal”, mas não é isso que tem sido feito. Neste sentido, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza a reedição do auxílio emergencial, aprovada no Senado na quinta-feira, é uma “péssima sinalização”, porque não aciona contrapartidas de corte de gastos no curto prazo.
“Como não nos organizamos bem na luta contra a covid-19, o cenário é muito mais preocupante e incerto. Avalio que agora a estratégia é a de contenção de danos, pois não temos mais como evitar o impacto negativo na economia”, disse Silvia.
Além da economista, o seminário também terá Armando Castelar, coordenador da Economia Aplicada do Ibre/FGV, e José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV. O debate será moderado por Adriana Fernandes, jornalista do Estadão. O evento está marcado para as 10 horas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.