O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas, Paulo Picchetti, revisou para baixo a expectativa do resultado de dezembro do IPC-S de 0,70% para 0,50%, após o índice registrar desaceleração a 0,59% na segunda leitura do mês, ante 0,67% na primeira quadrissemana.

“Temos dois itens fundamentais para essa revisão: o grupo Alimentação e os combustíveis”, afirma Picchetti. Na segunda leitura de dezembro, a gasolina (2,27% para 1,10%) e o etanol (6,81% para 4,09%) arrefeceram. “O ponta pesquisas recentes da gasolina está negativo em torno de 0,5% e o do etanol está em torno de 1,0% positivo, mas bem abaixo dos 4,09%. Gasolina e etanol estão segurando o índice. Os descontos nas refinarias estão chegando aos consumidores”, afirmou o coordenador.

No grupo Alimentação (1,36% para 1,22%), Picchetti destaca as variações de hortaliças e legumes (13,46% para 11,86%), especialmente a de batata inglesa (6,80% para 0,26%), e de frutas (3,56% para 1,57%). O leite tipo longa vida (-5,73% para -5,59%) também contribui para o resultado do grupo, segundo o coordenador.

“Está com ponta negativa de cerca de 5%, assim como a batata inglesa, com ponta negativa de 10%”, afirma. Em geral, essas variações dos alimentos in natura se explicam pela volatilidade dos itens, segundo Picchetti.

A variação de passagem aérea (-2,60% para -2,18%) nesta leitura também contribuiu para a desaceleração do IPC-S, diz o economista. “Está com ponta negativa de 1%, o que é uma boa notícia”, diz.

A difusão do IPC-S passou de 65,81% para 66,45% após a segunda quadrissemana de dezembro, mas não indica tendência generalizada de alta, segundo Picchetti.