A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL segue atraindo novas figuras do mundo político ao partido. Os anúncios mais recentes são de Mayra Pinheiro, secretária de Gestão de Educação e Trabalho na Saúde do Ministério da Saúde, também conhecida como “capitã cloroquina”, e do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. Ambos pretendem disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.

Ramagem é próximo dos filhos do presidente e já coleciona algumas polêmicas no cenário político. Sua pré-candidatura foi revelada pelo portal Metrópoles. O delegado chefiou a segurança do presidente logo após o incidente da facada, em 2018, e foi indicado para assumir a chefia da Polícia Federal em 2020. Sua nomeação, entretanto, foi suspensa por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que alegou indício de desvio de finalidade na escolha pela aproximação do indicado com a família de Bolsonaro.

A nomeação de Ramagem veio em um momento conturbado do governo Bolsonaro. Na época, o presidente tinha optado pela exoneração do delegado Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal, o que foi determinante na saída do então ministro da Justiça, Sérgio Moro. O ex-juiz acusou Bolsonaro de tentar interferir na PF, alvo, aliás, de inquérito em andamento no STF.

Ramagem assumiu a diretoria da Abin em julho de 2019. Durante sua gestão, foi descoberto que a agência encaminhou orientações por escrito a advogados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sobre como agir para tentar inocentá-lo no caso das rachadinhas.

O delegado já foi citado como um dos responsáveis pela criação da “Abin paralela”, grupo de informantes de Bolsonaro supostamente dedicados a oferecer informações extraoficiais ao presidente. Em audiência na Câmara dos Deputados, Ramagem negou as acusações: “Primeiro, se tiver algo paralelo na Abin, tem que ter um servidor atuando de forma ilícita e/ou a utilização do sistema de forma ilícita. Portanto, é condenável. E nós apuramos e, até o momento, pelo contrário, demonstramos que não tem”, disse.

Capitã Cloroquina

Já a médica e secretária de Gestão de Educação e Trabalho na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, anunciou na noite desta quarta-feira, 2, sua filiação também ao PL.

Conhecida como “Capitã Cloroquina” pela defesa de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19, Mayra ganhou fama durante a CPI da Covid.

No Twitter, a médica conservadora publicou uma foto ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, com a legenda “Começando uma nova história a serviço do Brasil”.

Em outra publicação, ao lado do coronel Aguinaldo de Oliveira, que também está se filiando à sigla, a médica publicou: “Dois cearenses, duas áreas essenciais, saúde e segurança pública, e um só compromisso: servir ao Brasil”. Aguinaldo é marido da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).