O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, subiu a projeção para o indicador no fechamento de outubro, de 0,31% para 0,37%. Na segunda quadrissemana do mês, divulgada nesta terça-feira, o IPC-Fipe registrou alta de 0,33%, pouco acima da projeção de Moreira, de 0,28%.

“A principal surpresa do indicador veio do grupo Alimentação, com elevação em alguns itens que surpreenderam”, afirma Moreira, que aponta a alta de produtos in natura (3,19% para 3,87%) como principal fator altista, com aumento de tubérculos, frutas e legumes, com contribuição especialmente de batata (24,01% para 25,58%), um dos itens de maior peso dentro do grupo.

Diante desse cenário, Moreira revisou para cima a projeção do resultado de Alimentação de 0,21% para 0,58% no fechamento de outubro.

Em contrapartida, o leite longa vida seguiu em deflação (-10,18% para -8,72%). Na ponta, segundo os cálculos de Moreira, o item cai 6,39%. “A boa notícia é o resultado do leite, que estava com alta acumulada no ano de mais de 50% e vai devolvendo esse aumento, o que é natural”, avalia.

Transportes

Moreira também atribui o aumento da segunda leitura do mês à aceleração do grupo Transportes (-1,52% para -0,99%). Na ponta, de acordo com os cálculos do coordenador, a gasolina (-8,08% para -5,74%) cai 0,95% e o etanol (-10,78% para -6,76%) sobe 1,66%.

“Nas próximas leituras, é pouco provável que os combustíveis sigam caindo. Portanto, o movimento de deflação observado se encerra”, avalia Moreira, que revisou para cima a projeção de Transportes em outubro, de deflação de 0,74% para uma queda menor, de 0,24%