Após fechar abril em 0,43%, o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) deve acelerar a 0,50% no encerramento de maio, de acordo com projeção do coordenador do indicador, Guilherme Moreira. O movimento deve ser puxado por pressões inflacionárias dos grupos Alimentação e Transportes, que na passagem dos meses devem acelerar, respectivamente, de 0,86% para 0,97% e de 0,35% para 0,80%, segundo estimativas do economista.

“Na ponta, a gasolina subiu 2,03% e o etanol 6,94% na última coleta de abril, o que indica que deve haver uma pressão desses itens na inflação de maio”, explica Moreira. “Já a alimentação é um grupo que tradicionalmente apresenta comportamento volátil. Estamos vendo algumas pressões vindo do leite e outros itens in natura”, acrescenta.

Para o encerramento do ano, a projeção de Moreira é que o IPC-Fipe tenha variação entre 6,0% e 6,50%, em uma conta que considera manutenção de variações mensais entre 0,40% e 0,50% até dezembro. “Mas no acumulado em 12 meses, é importante pontuar que o índice deve estar batendo no fundo do poço agora entre abril e maio, por causa da janela de coleta, que ainda está levando em conta as deflações registradas a partir de junho de 2022, na esteira da desoneração dos combustíveis”, explica.

No encerramento de abril, o IPC-Fipe acumulado dos últimos 12 meses ficou em 4,52%, após 5,75% em março.

O resultado na margem do IPC-Fipe em abril (0,43%) ficou dentro das estimativas de instituições de mercado financeiro consultadas pelo Projeções Broadcast, de altas de 0,40% a 0,47%, mas abaixo da mediana, de 0,45%.

Segundo Moreira, a principal surpresa na variação do índice foi justamente a pressão acima do esperado do grupo Alimentação no período. “No geral não houve mais surpresas”, diz.

Nos cálculos de Moreira, a difusão, que mede o porcentual de itens que apresentaram aumento de preços, aumentou para 68,47% no IPC-Fipe de abril, após 60,69% em março.