O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, reduziu a projeção oficial para o indicador ao final de abril, de 0,38% para 0,32%. A revisão ocorreu após a divulgação da variação do índice na segunda quadrissemana de abril, que passou de 0,41% para 0,36%.

De acordo com Moreira, as quedas observadas em aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos e em alguns alimentos, como as carnes, foram os principais vetores para a redução da projeção.

“As vendas desses equipamentos para domicílio, como eletrodomésticos, estão muito baixas, pelo custo do crédito, então os preços caem”, afirma Moreira. “Já a queda das carnes, especialmente os cortes bovinos (-1,13% para -1,32%) é efeito da demanda fraca do período da quaresma, mas também de problemas recentes para a exportação, que aumentaram a oferta interna e diminuíram o preço”, explica o coordenador.

Na avaliação de Moreira, outro item de grande peso para o indicador e que tem subido menos do que o inicialmente projetado é a gasolina (4,37% para 2,49%). “Na ponta, nesta quadrissemana, a gasolina ficou em -0,95%, o que indica que o efeito da reoneração dos combustíveis já se esgotou. Os preços devem ficar estáveis até junho, quando temos uma aceleração já contratada, pelo retorno de alíquotas”, comenta Moreira.

O coordenador também afirma que a projeção oficial da Fipe para o índice no acumulado de 2023, atualmente em 6,50%, também deve ser revisada para baixo nas próximas leituras.

Em relação aos dados da segunda quadrissemana de abril, Moreira observa que a aceleração do grupo Saúde (0,73% para 1,21%) foi puxada pelo reajuste de medicamentos, que passou a valer a partir de 31 de março. “Na ponta os remédios subiram em média 4,13%, então a tendência é que esses aumentos sigam pressionando.”