São Paulo, 10 – O Ministério da Agricultura realizou a coleta e análise de amostras de mel nos comércios varejistas do País com o objetivo de combater a prática de fraude no alimento. Entre os estabelecimentos produtores de mel com registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF), 66 foram amostrados e, destes, 28 apresentaram amostras com resultados inadequados.

Conforme nota da pasta divulgada nesta sexta-feira, 14,14% das amostras apresentaram adulteração por açúcares C-4, que indica a fraude por uso de açúcares na alimentação das abelhas ou por adição direta no processamento do mel, o que é proibido. Os açúcares C-4 geralmente adicionados para fraudar o produto são xaropes de milho ou de cana-de-açúcar, diz a pasta.

No caso da avaliação físico-química, 31,61% das amostras apresentaram alteração, como índices de hidroximetilfurfural e amilase fora dos padrões regulamentares. Esses indicadores laboratoriais do mel apontam para produtos conservados ou processados de forma inadequada e também para possível adulteração na composição do produto, informa o ministério.

Ao todo, 99 análises foram feitas para avaliação de adulteração por açúcares C-4 e 109 amostras para demais avaliações físico-químicas, nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária, credenciados pelo ministério.

“A adulteração de mel é considerada fraude, conforme definição constante do artigo 504 ? 2º inciso II do decreto 9.013/17”, diz, na nota, a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Ana Lúcia Viana. “Para garantir a segurança dos produtos e o comércio lícito, a coleta de amostras para análise é uma questão importante para verificação da autenticidade do mel.”

A partir de agora, o SIF adotará, além da fiscalização, medidas cautelares previstas na legislação nos estabelecimentos que apresentaram inconformidades no produto.