O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira, 13, que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa de recursos e divulgou, nas redes sociais, os dados para que as doações sejam feitas. No mês passado, o filho do chefe do Executivo viajou para Mato Grosso (MT) e conseguiu arrecadar verba de empresários do agronegócio, que lideram o financiamento à tentativa de reeleição do presidente. No entanto, o comitê bolsonarista ainda avalia que o ritmo de doações está mais lento do que o esperado.

“Surgiu espontaneamente uma campanha de doação de R$ 1,00 para a campanha do Presidente Bolsonaro (assim como há outra de R$ 1.022,00 de produtores rurais). Informo que doação de qualquer valor é bem-vinda, desde que seja do seu coração. E, sim, estamos precisando. Seguem os dados”, escreveu Flávio, no Twitter.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, na semana passada, após uma espécie de “peregrinação” do senador no Centro-Oeste, empresários do agronegócio intensificaram as doações para Bolsonaro. A campanha estava frustrada com o ritmo de doações, mas esperava um aumento do empenho no agro a favor do candidato à reeleição após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) associar parcela do setor ao “fascismo” e ao desmatamento.

A campanha de Bolsonaro já recebeu R$ 21,9 milhões em doações. Metade do valor saiu do repasse do fundo eleitoral do PL. A outra metade, de pessoas físicas. O maior doador é o produtor de soja sul-mato-grossense Oscar Luiz Cervi, que destinou R$ 1 milhão para o comitê bolsonarista. Em 2015, o Supremo Tribunal Federal proibiu doações de empresas para campanhas eleitorais, mas os empresários podem direcionar recursos para políticos como pessoa física. Hoje, as candidaturas são financiadas principalmente com recursos públicos, dos fundos partidário e eleitoral.

Para a eleição deste ano, o PL tem disponível R$ 268 milhões do fundo eleitoral. No entanto, de acordo com interlocutores do presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, o foco é eleger uma bancada grande de deputados em outubro. E o partido também precisa pôr dinheiro para impulsionar candidatos que disputam o Senado e governos estaduais.

“Recebemos R$ 268 milhões para fazer nossa campanha. É muito dinheiro, mas não para um país como o nosso, que não é um país, é um continente. Então, esse dinheiro não é suficiente”, disse Costa Neto, em vídeo publicado nas redes sociais do PL. “Nós temos esse quadro hoje. A dificuldade é muito grande. Se nós não tivermos doações, nós vamos passar um aperto muito grande”, emendou, ao afirmar que foram repassados apenas R$ 10 milhões para Bolsonaro.