O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos deverá crescer 1,7% em 2023 e 1,0% em 2024. No quarto trimestre de 2023, o país deverá exibir avanço de 1,2%, na comparação com igual período do ano anterior. Já nos últimos três meses de 2024, também na comparação anual, o avanço deverá ser mais modesto, de 1,1%. As projeções foram divulgadas em publicação de relatório de missão sobre a economia do país, realizada no âmbito do Artigo IV das convenções da instituição.

Em comunicado, o FMI diz que “o grande e rápido” aumento das taxas de juros já praticado pode não ser suficiente para trazer rapidamente a inflação de volta à meta, de forma que o Federal Reserve poderá ter de aumentar os juros mais do que o esperado para retornar a inflação para a meta de 2%. “Do lado positivo, os resultados de crescimento de curto prazo podem ser melhores do que o previsto atualmente. No entanto, isso significaria apenas que a economia desaceleraria mais abruptamente em um estágio posterior (possivelmente em 2024), criando uma recessão à medida que a política monetária mais rígida se consolidasse”.

Olhando para a inflação, a expectativa é que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avance 3,8% em 2023 e 2,6% em 2024. Já o núcleo do mesmo índice deverá subir 4,1% e 2,8%, respectivamente. A taxa de desemprego, por sua vez, deverá crescer lentamente, ficando em 3,8% em 2023 e em 4,4% em 2024.

Teto da dívida

O Fundo Monetário Internacional alerta que o impasse sobre o teto da dívida nos Estados unidos pode gerar um risco “sistêmico totalmente evitável” tanto para os EUA quanto para a economia global. O comentário está em comunicado sobre a conclusão de missão no país, no âmbito do Artigo IV das regras do fundo.

“Para evitar exacerbar os riscos negativos, o teto da dívida deve ser imediatamente elevado ou suspenso pelo Congresso, permitindo que as negociações sobre o orçamento do ano fiscal de 2024 comecem”, indica o relatório do FMI. A entidade também chama atenção para a necessidade de uma solução mais permanente para o impasse “recorrente” e que se “assegure que, uma vez aprovadas as dotações, o espaço correspondente no teto da dívida seja automaticamente disponibilizado para financiar esse gasto”.