Com ataques violentos em cerca de 20 cidades do Rio Grande do Norte, incluindo a capital, uma equipe da Força Nacional de Segurança Pública desembarcou no Estado na madrugada desta quarta-feira, 15. O anúncio foi feito em uma publicação nas redes sociais pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. Ele também informou que policiais serão enviados gradualmente e todas as equipes devem desembarcar até quinta-feira, 16.

“Destinamos 220 policiais para auxiliar as forças estaduais”, afirmou o ministro.

A onda de ataques coordenados contra prédios públicos e veículos consiste em incêndios de estruturas de prefeituras e do governo, além de ataques a tiros a bases policiais e sedes do Judiciário. Há a suspeita de que a facção Sindicato do Crime esteja por trás das ações criminosas.

Até a noite da terça-feira, 14, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), ao menos 21 suspeitos de envolvimento nos ataques já tinham sido presos, sendo dois foragidos da Justiça e um adolescente apreendido.

Também foram apreendidas: cinco armas de fogo, um simulacro, 18 artefatos explosivos, três galões de gasolina, quatro motos e um carro, além de dinheiro e munições. Um homem morreu em confronto com policiais, informou a pasta.

A governadora do Estado, Fátima Bezerra (PT), que desembarcou junto com as forças, também se manifestou no Twitter e afirmou que 190 policiais enviados pelo governo federal se juntam nesta madrugada as forças estaduais de segurança. “Não descansaremos até restabelecer a paz, a ordem e a tranquilidade do povo do RN”, disse.

Para acelerar a logística, foram cedidos aviões do Ministério da Defesa que viabilizaram a ida dos agentes da Força Nacional para o Rio Grande do Norte.

Além disso, o Ministério da Justiça também determinou que a Polícia Rodoviária Federal aumente o patrulhamento em rodovias no interior do Estado para controlar a movimentação de criminosos.

De acordo com o secretário Rafael Velasco, outros 30 policiais penais integrantes da força de treinamento localizada em Porto Velho, em Rondônia, foram deslocados para Mossoró, município do interior do Rio Grande do Norte que abriga um presídio federal.

Representantes do governo estadual, que se reuniram na sede do Ministério da Justiça na tarde da terça-feira, acreditam que ataques são uma retaliação de criminosos insatisfeitos por causa de mudanças realizadas pelo poder público local no sistema carcerário e com algumas detenções feitas nas últimas semanas.