O staff do Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a economia da França exiba avanço de 0,7% em 2023, em quadro de inflação ainda “persistente nos próximos dois anos, conforme os controles de preços são relaxados”. A informação está em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 30, pelo Fundo, após a conclusão de revisões sobre o país, no âmbito do Artigo IV das normas da entidade.

O FMI acredita que a inflação ao consumidor na França deve avançar 5,0% em 2023, desacelerando da alta de 5,9% do ano anterior, ainda bem acima da meta do Banco Central Europeu (BCE) para toda a zona do euro, de 2,0%.

Na avaliação do Fundo, a França teve “recuperação robusta” do choque da covid-19, mas agora enfrenta as repercussões da guerra da Rússia na Ucrânia. Em 2021, o PIB francês cresceu 6,8%, retornando aos níveis pré-covid, com recuperação disseminada e mais rápida que a maioria das outras nações europeias.

Ainda para o Fundo, a França está menos exposta ao choque de energia, embora o conflito em solo ucraniano prejudique a recuperação, ao afetar a confiança e exacerbar problemas do lado da oferta.

O FMI diz que a inflação francesa teve um “salto” no último ano, com gargalos nas cadeias de produção e o choque nos preços de energia, ainda que continue bem abaixo dos pares, graças a controles no setor de energia e a subsídios. Essas e outras medidas para apoiar o poder de compra, porém, mantiveram o déficit fiscal elevado, mesmo com a redução no apoio ante a covid-19, acrescenta.

Ainda para o FMI, os risco no curto prazo são de baixa para a economia da França, como o de uma guerra prolongada e uma escalada das sanções ou um salto maior nos preços de gás e energia elétrica. Ajustes na política monetária mais rápidos que o esperado na Europa ou em outras partes do mundo também são riscos no horizonte, aponta.