Promotores franceses emitiram mandados de prisão internacionais para Carlos Ghosn e mais quatro indivíduos que eles afirmam ser ligados a uma concessionária de automóveis em Omã, alegando que eles ajudariam Ghosn a canalizar milhões de euros da Renault, de acordo com pessoas a par do tema.

Um magistrado investigador emitiu cinco mandados de prisão internacionais contra Ghosn, ex-chefe da Nissan e Renault, e os atuais donos ou antigos diretores da empresa Suhail Bahwan Automobiles, de Omã, segundo afirmou o gabinete do procurador no subúrbio de Nanterre, em Paris, ao Wall Street Journal. Eles alegam que Ghosn movimentou milhões de dólares de fundos da Renault por meio da distribuidora de carros pra seu uso pessoal, inclusive a compra de um iate.

Ghosn fugiu de um julgamento por acusação de irregularidades financeiras no Japão e foi ao Líbano escondido numa caixa de equipamento musical. Depois de escapar, ele inicialmente saudou a investigação francesa, dizendo que acreditava no sistema de justiça francês, que lhe permitiria provar sua inocência.

Uma porta-voz de Ghosn não quis falar sobre os mandados de prisão. O mandado de prisão mais recente não muda fundamentalmente a situação pessoal de Ghosn. Após fugir do Japão, ele continua no Líbano, onde vive como fugitivo internacional numa casa comprada pela montadora japonesa. O Líbano não extradita seus cidadãos, e Ghosn tem cidadania no país, na França e no Brasil.

Pessoas próximas a Ghosn não descartam sua ida à França para enfrentar julgamento um dia, embora digam que isso é dificultado pelo fato de o Líbano atualmente ter seus passaportes. Isso também pode significar estar longe da sua esposa por um período prolongado.