01/11/2011 - 0:00
Avicultura
MARCHA LENTA : exportações de carne de frango cresceram apenas 1,6% em 2011
No 22º Congresso Brasileiro de Avicultura, realizado entre os dias 25 e 27 de outubro, em São Paulo, foram apresentados os balanços de exportação de ovos e frango brasileiro. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Ubabef), o resultado foi positivo para a carne de frango, com um aumento de 1,6% em comparação ao ano passado. Já os ovos apresentaram uma queda acentuada. As exportações entre janeiro e agosto deste ano totalizaram nove mil toneladas, uma redução de 52% em relação ao mesmo período do ano passado. Francisco Turra, presidente da entidade, afirma que algumas ações estão sendo realizadas, como o Plano Nacional de Resíduos e Contaminantes em parceria com o Ministério da Agricultura. “O documento é a certificação do cumprimento das exigências desses mercados”, diz. Outro objetivo setorial é ampliar o consumo de ovos no País por meio de campanhas e degustação em eventos.
Agricultura
Mais R$ 8 milhões
É a quantia que o governo federal pretende liberar para o programa de subvenção ao seguro fitossanitário de citros do Estado de São Paulo, o primeiro do gênero no setor agrícola do País. A medida deve viabilizar a retomada das operações de produtores que erradicam plantas contaminadas com greening e cancro cítrico, as duas doenças mais graves que comprometem a produtividade dessa lavoura. O programa de sanidade para citros foi anunciado em junho de 2010. Por indenização são:
Importação
Peras do Tio Sam
A safra 2011/2012 das peras americanas produzidas pela associação USA Pears está desembarcando no Brasil. Elas estão vindo dos Estados do Oregon e de Washington. A expectativa é de crescimento de pelo menos 15% no volume importado em relação ao ano passado, quando foram embarcadas ao Brasil 7,1 toneladas das variedades Anjou, Red Anjou, Bosc, Yellow Bartlett e Red Bartlett, alcançando o valor de US$ 8,3 milhões. A cotação do dólar e a baixa disponibilidade de algumas variedades importadas da Argentina são alguns dos fatores que influenciaram positivamente as compras do Brasil.
Aquisições
Gávea no arroz
A Camil Alimentos, da família Maggi Quartieiro, anunciou a entrada da Gávea Investimentos, de Luiz Henrique Fraga e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central na sociedade. A Gávea é uma das maiores empresas de gestão e investimentos do País, com aproximadamente US$ 7,2 bilhões em ativos sob sua guarda. Com o acordo, cujo valor não foi revelado, a Gávea passou a ter uma participação de 31,75% nas ações da Camil, que pretende expandir seus investimentos e aquisições no Brasil e na América do Sul. Recentemente a Camil adquiriu da PepsiCo a marca Coqueiro, especializada em peixes enlatados. Com a operação, a empresa gaúcha de alimentos, uma das maiores beneficiadoras de arroz e feijão da América Latina, aposta na diversificação dos seus negócios.
Meio Ambiente
Bolsa Verde
No dia 17 de outubro, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff a lei que cria o Programa de Apoio à Conservação Ambiental. O Bolsa Verde, como foi chamado, pretende aliar inclusão social e preservação do meio ambiente. O benefício concedido pelo governo federal como uma ação do Plano Brasil Sem Miséria vai pagar R$ 300, por trimestre, a famílias em situação de extrema pobreza, que morem em unidades de conservação e se comprometam a adotar ações para preservá-las. A intenção é chegar em 2014 com 73 mil famílias atendidas por esse programa.
Agricultura II
Seguro na fruticultura
No início de outubro, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, conseguiu junto à área econômica do Governo a liberação de parte dos recursos para subvenção do prêmio do seguro rural que foram contingenciados. Dos R$ 406 milhões previstos no Orçamento deste ano apenas R$ 132 milhões serão liberados. Segundo o governo, o valor será suficiente para atender à necessidade de contratação do seguro para a cobertura contra riscos climáticos na fruticultura. No ano passado, o governo destinou 33% a mais.
Subvenção do seguro rural em 2010
R$
198
milhões
43.177 produtores rurais atendidos
71% deles eram da região Sul, a mais sujeita aos riscos climáticos
Dança das cadeiras II
Abag tem novo presidente
Luiz Carlos Corrêa Carvalho foi eleito o novo presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), para um mandato de três anos, a partir de janeiro de 2012. Carvalho é engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), com cursos de pós-graduação em agronomia e em administração pela Faculdade de Economia e Administração da USP e Vanderbilt University (EUA). Carvalho substituirá Carlo Lovatelli, que passará a presidir o conselho Abag. Em seu discurso, o novo presidente afirmou que a mudança no comando da principal entidade do agronegócio pode, quem sabe, abrir novas oportunidades para o setor.
Frigoríficos
Namoro, apesar das negativas
Os dois maiores frigoríficos brasileiros, os grupos JBS e Marfrig, estão conversando sobre a possibilidade de uma associação, vendas ou trocas de ativos para reduzir o peso do endividamento e aumentar a rentabilidade. O assunto foi abordado pelo presidente do JBS, Joesley Batista, durante uma reunião com o BNDES, que é acionista tanto do JBS quanto do Marfrig. Mas é só isso. Em um comunicado à imprensa, a JBS informou que não está fazendo movimentos junto a bancos para financiar uma eventual fusão, envolvendo ainda um terceiro grupo do setor, o Minerva, conforme rumores na imprensa.
Mercado
Bovespa vai ao campo
Terminou no mês de outubro a edição 2011 do programa BM&F Bovespa Vai ao Campo. O evento já contabiliza a participação de mais de 16 mil pessoas desde a sua estreia, em 2008. Maringá, no Paraná, foi a cidade escolhida para encerrar a agenda do ano. Além dela, foram visitadas outras seis praças que são referência para o agronegócio: Primavera do Leste (MT), Paracatu (MG), Palmas (TO), Goiatuba (GO), Holambra (SP) e Chapecó (SC). O objetivo do programa é popularizar os mercados de ações e futuros, disseminando conhecimentos por meio de palestras gratuitas a toda a população.
Negócios
Um pedaço argentino
A BR Foods adquiriu, por meio de sua subsidiária na Argentina, o controle da Avex. Com isso, a multinacional brasileira passa a controlar as empresas Flora Dánica, Flora San Luis e GB Dan, todas do grupo Dánica, nome tradicional no setor de alimentos naquele país. A Avex, empresa localizada em Rio Cuarto, em Córdoba, é produtora de frangos inteiros, cortes, resfriados e congelados. Em 2011, a Dánica faturou US$ 122,7 milhões na venda de 68,3 mil toneladas de produtos. Em linha com o plano estratégico de internacionalização da BR Foods, as aquisições têm como objetivo o fortalecimento de sua marca no Mercosul.
Política II
Ela fica
Primeira mulher a comandar a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA ), a senadora Kátia Abreu foi reeleita, no último dia 14 de outubro, pelo Conselho de representantes da entidade. Desde 2008, quando foi eleita presidente da CNA pela primeira vez, a senadora vem atuando de forma enérgica nos debates sobre questões políticas, econômicas e ambientais, propondo ações que permitam o equilíbrio entre a produção de alimentos e a preservação do meio ambiente, com posições que têm agradado o setor.
Dança das cadeiras
De novo, Brasil
O economista Robério Silva, diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, é o novo diretor da Organização Internacional do Café (OIC), principal entidade mundial do setor. Silva concorreu com o candidato mexicano Rodolfo Taubert. Ao ser escolhido, o Brasil retoma ao comando da OIC, posição que ocupou durante 40 anos, até 2002, quando assumiu o cargo o colombiano Nestor Osório.
Tecnologia
Além do açúcar e do etanol
A Amyris, empresa americana de biotecnologia, e a Michelin, multinacional francesa de componentes automobilísticos, assinaram um acordo para a fabricação de pneus feitos com matéria-prima originada da cana. Juntas, elas têm como objetivo a produção do isopreno, o principal componente químico de produtos que utilizam borrachas naturais e sintéticas. Será a primeira vez que a indústria substituirá, na fabricação de pneus, o monômero propileno dieno, um produto derivado do petróleo.
SEGURO AGRÍCOLA
O Ministério da Agricultura publicou, no dia 20 de outubro, a Portaria nº 872 que cria a Câmara Temática de Seguros. A entidade terá como finalidade fortalecer a área do seguro agrícola no Brasil. Quem assume o comando da nova Câmara é José Américo Peón de Sá, representante da Confederação Nacional das Empresas e Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Complementar e Capitalização, que discutirá novas propostas para o setor.
Qual é a função da Câmara de Seguro?
Ela conta com a participação de representantes da agroindústria, das seguradoras e do governo federal. Sua função será discutir propostas para o desenvolvimento do seguro rural no País.
Quais são os assuntos prioritários?
A necessidade de o País adotar uma política pública de seguro rural é o principal. Estamos trabalhando na elaboração de uma proposta de mudança no atual formato – que permite o contingenciamento do subsídio ao seguro rural. Com o atual modelo, há risco de que boa parte dos produtores não tenha mais acesso ao seguro. No Brasil, a demanda pelo seguro é grande, mas o agricultor não dispõe de recursos para arcar com os altos custos. Isso, aliás, justifica a legislação que autoriza o subsídio aos prêmios do Seguro Agrícola.
Que outros pontos serão tratados?
A liberação do dinheiro necessário ao pagamento das subvenções dos seguros já contratados e a garantia de recursos para investimento e custeio para as próximas safras. Buscaremos soluções que garantam a sustentabilidade da produção ao menor custo possível. Espero dar a minha contribuição pessoal para o aprimoramento do seguro rural com vistas à proteção da produção agrícola brasileira.