Aconteceu de quarta 17, na cidade de Chapadão do Sul, MS, no centro de evento do Sindicato Rural uma palestra explicativa sobre o manejo de ferrugem da soja diante a confirmação de resistência de produtos do grupo das estrobirulinas para o controle de ferrugem da soja. O relato dos fatos foram expostos pelo Diretor e Pesquisador da Fundação Chapadão Edson Borges a mais de 200 participantes entre eles produtores rurais, gerentes de fazenda e consultores da região dos chapadões de Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso.

Borges citou que dia 28 de novembro recebeu um comunicado da empresa Dupont, relatando tais fatos, mostrando que fora detectado alteração na posição 129 precisamente mostrando que ocorreu uma mutação na posição substituindo o aminoácido  Fenilalanina pela Leucina, caracterizando uma resistência parcial. Isto significa que os produtos poderão apresentar performances diferentes no controle desta doença a campo. 

O mesmo fato foi confirmado através de documento enviado pelo FRAC Brasil (Comitê de Ação a Resistência a Fungicida), associação sem fins lucrativos, dedicada ao fomento à pesquisa e desenvolvimento de trabalhos com produtos fitossanitários na área de resistência, com reconhecimento pela FAO e OMS das Nações Unidas. Neste documento o FRAC confirma que não foram encontrados indivíduos resistentes aos fungicidas Qol’s nas populações avaliadas, apesar de ter sido relatado pela primeira vez a mutação na posição F129L do gene do citocromo “b”.

Diante aos fatos a Fundação Chapadão tomou a decisão de fazer estes esclarecimentos aos produtores e consultores da região. Borges citou que a mais de duas safras o colega da Universidade de Rio Verde o Prof. Luiz Henrique Carregal vem manifestando preocupação diante aos resultados que vem apresentando a campo em seus trabalhos de pesquisa, mostrando que possivelmente seria resistência de produto a ferrugem, fato este agora confirmando sua suspeita.

Citações da Embrapa soja através do Consórcio Antiferrugemm (CAF), grupo de pesquisa coordenado pela Embrapa que avalia os produtos usado no manejo da ferrugem da soja através de protocolo único, e efetivado em todos as regiões produtora de soja do Brasil, através de uma rede de 22 instituições publicas e privadas, que após a conclusão dos trabalhos é efetivada a compilação dos resultados e publicado em uma Circular Técnica pela Embrapa (o último foi a de n0 103), nesta rede que começou em 2003, ao proceder a sequencia das avaliações verifica-se que alguns produtos efetivamente vem diminuindo a performance ao longo destes anos, o que agora explica ao fato da comprovação científica, nesta nota emitida pelo FRAC-Brasil.

Borges em sua apresentação mostrou em gráfico todo este histórico e a sequência dos fatos comprobatórios. Em sequencia foram apresentados por ele resultados mostrando a necessidade ou não de aumento de dose, complementação com fungicidas, rotação de produtos, associação com outros fungicidas do grupo dos protetores, enfim.

O pesquisador apresenta várias soluções que poderiam serem adotas para garantir um tranquilidade no campo para controle da ferrugem da soja, mas manifesta total preocupação com os fatos e mostra que a saída seria a aceleração de registro de novas moléculas de ação protetora e ou de novos grupos químicos, e entende que isto é uma questão de SEGURANÇA NACIONAL, pois a soja é a nossa principal commoditiens e não podemos por em risco mais de 30 milhões de hectare, pois a ferrugem é a principal doença da cultura e a única que pode provocar perdas de até 90% em nossa lavouras, causando grandes prejuízos aos produtores e a nossa economia. Fonte: Fundação Chapadão.