Brasília, 1 – A gestora Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário (Salic) vai aderir ao programa de recuperação de pastagens degradadas do Brasil, informou o Ministério da Agricultura, em nota. O interesse do fundo no projeto foi confirmado pelo CEO da Salic, Mohammed bin Mansour Al-Mousa, após reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no domingo (30), em Riad, na Arábia Saudita. A gestora, que pertence ao rei da Arábia Saudita, é especializada em investimentos em agronegócios. No País, o fundo soberano é um dos acionistas da BRF e da Minerva Foods.

O encontro integra a missão do ministério ao Oriente Médio, que busca atrair capital estrangeiro para investimento na conversão de pastagens degradadas em áreas agricultáveis no País. O ministério não detalhou ainda como será a participação da Salic no projeto. Segundo a pasta, a companhia vai criar e coordenar um segundo grupo de trabalho para prosseguir as tratativas no âmbito privado, identificando empresas sauditas interessadas na proposta.

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A Salic integra também o grupo de trabalho governamental firmado entre o Ministério da Agricultura e o Ministério de Meio Ambiente, Água e Agricultura da Arábia Saudita (MEWA) para estruturação de parceria no setor, incluindo o projeto de conversão de pastagens. De acordo com a pasta, outras parcerias relacionadas ao comércio de grãos e a insumos agrícolas, inseridas na recuperação de pastagens de baixa produtividade, ainda podem ser firmadas. O ministro saudita, Abdulrahman Abdulmohsen A. AlFadley, afirmou a Fávaro que atuará para que empresas do setor privado ingressem na iniciativa, informou a pasta.

O projeto do governo federal prevê a recuperação e conversão de 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis em dez anos para dobrar a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento. O plano do ministério é converter 4 milhões de hectares por ano. O custo máximo total do programa é estimado em US$ 120 bilhões, equivalente a US$ 3 mil por hectare em média.

A intenção do ministério é atrair “investimento verde” ao projeto. Na prática, a ideia é captar recursos estrangeiro junto aos fundos soberanos e bancos de investimento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como garantidor. Assim, os recursos seriam ofertados aos produtores brasileiros com taxas de juros mais competitivas que o crédito convencional, em nível ainda a ser definido, com três anos de carência e prazo de 12 anos para pagamento.