Ao propor a combinação de negócios com a Tecnisa, a direção da Gafisa vê a chance de criar uma empresa com potencial de realizar lançamentos de projetos imobiliários que movimentem entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões por ano, como resultado das sinergias entre as empresas.

As informações constam no comunicado publicado ao mercado nesta quarta-feira, 19, pela Gafisa. A empresa detalha que o estoque de terrenos das incorporadoras têm potencial para o desenvolvimento de projetos avaliados em R$ 5 bilhões, cada. O cálculo inclui propriedades já compradas e outras para as quais as companhias têm opção de compra. As áreas estão espalhadas principalmente por São Paulo e Rio de Janeiro.

Já o estoque de imóveis (unidades na planta, em obras e recém-construída) do novo grupo teria um valor consolidado de R$ 1,1 bilhão, sendo R$ 842 milhões da Gafisa e R$ 286 milhões da Tecnisa.

A combinação dos ativos seria uma forma de ambas acelerarem as operações e diluírem custos após o processo de reestruturação dos negócios realizado nos últimos anos. Tanto Gafisa quanto Tecnisa interromperam os lançamentos por longos períodos e contaram com aportes de capital dos acionistas para diminuir as dívidas e reforçar o caixa.

A Gafisa tem R$ 570,2 milhões em caixa e R$ 857,4 milhões em recebíveis por imóveis vendidos, além de uma dívida bruta de R$ 673,6 milhões. A Tecnisa tem R$ 287 milhões em caixa e R$ 138 milhões em recebíveis para fazer frente a uma dívida bruta de R$ 335 milhões.

A Gafisa tem ainda um novo aumento de capital em andamento, no valor de R$ 389,9 milhões. Metade desse montante será usado para a conclusão da aquisição da totalidade das ações que Upcon, incorporadora adquirida neste ano. A outra parte vai para reforçar o caixa e servir como capital de giro.

Em teleconferência com investidores dias atrás, o diretor operacional da Gafisa, Guilherme Benevides, já havia dado pistas de interesse em fusões e aquisições. Na ocasião, o executivo afirmou que a estratégia de crescimento da companhia abrange a compra de terrenos em regiões nobres, para dar suporte a novos empreendimentos, além da possível aquisição de empresas para o crescimento inorgânico. “Continuamos, na área de operações, analisando a oportunidade de compra de ativos. Seja terrenos seja empresas”, declarou.